Sangrando, mas não morte – Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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O presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, Valter Araújo, está preso. Acusam-no de ser o chefe de uma quadrilha que teria desviado mais de cento e vinte milhões de reais dos cofres públicos.
Ainda não se conhece a versão do acusado, mas isso acontecerá em breve. Logo, o presidente estará solto. Afinal, ele tem influência política e dinheiro para pagar bons advogados, que conhecem as filigranas da nossa legislação (que mais parece um queijo suíço, dada à quantidade de buracos que possui), sabem como empurrar um processo até a prescrição e contam para isso, evidentemente, com a leniência da Justiça, apesar do esforço de alguns magistrados. Outro, em seu lugar, mofaria atrás das grades.
Se o ex-presidente Carlão conseguiu, porque com Araújo seria diferente? E o quer dizer, ainda, de Capixaba, que sequer foi preso. Em vez disso, foi reconduzido à Câmara Federal, com uma votação expressiva. É o desejo do povo. E ponto final! Não adianta querer remar contra a maré.
Araújo está sangrando, mas não morto. Claro que sua situação não é das mais confortáveis. Por conta disso, já se ouvem, nos corredores da ALE, burburinhos de que as favas eram dadas como certas quanto à perda de seu cargo.
Mas isso não passa de boato. Araújo não chegou à presidência da ALE de graça. Engana-se, pois, quem pensa que ele vai entregar o posto de mãos beijadas, sem esboçar nenhuma reação. Quem o conhece garante que ele não é de jogar a toalha facilmente.
Se vier a cair (possibilidade, essa, na qual poucos acreditam, exceto o presidente em exercício, fala-se), Araújo o fará, por assim dizer, de cabeça erguida, bem ao seu estilo, como alguém que teria procurado, durante todo o embate, manter-se firme em defesa de seu mandato e, principalmente, da sua honra.
Por isso, convém aos que querem vê-lo apeado da presidência da ALE um pouco mais de paciência, antes de qualquer comemoração, para não correrem o risco de jogar dinheiro fora e, depois, ainda serem alvo de chiste e de piada de botequim.
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