ARTIGO - A extra-judicial da UNI Engenharia, o CAEX do MPE e o labor do MPF - Por Paulo Andreoli

ESTE SOU EU, SENHOR HERON NUMA E EXIJO RESPEITO..... Heron reclama de reportagens investigativas que consumiram alguns meses de trabalho em campo, literalmente desenterrando mal feitos contra a população desta cidade.

Da Redação

04 de Novembro de 2011 às 09:59

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ARTIGO - A extra-judicial da UNI Engenharia, o CAEX do MPE e o labor do MPF - Por Paulo Andreoli

Foto: Divulgação

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Uma empresa que provocou transtornos e prejuízos materiais e imateriais a população da capital. Um empresário que chegou a Porto Velho por mãos petistas, de carona em obras com recursos do Governo Federal. Um caso que supostamente está sendo investigado pelo Ministério Público Federal há pelo menos três anos.

Estou falando da Uni Engenharia e seu proprietário, empresário Heron Numa Abrahão, amigo pessoal da cúpula petista brasileira, que aparentemente já com a certeza da impunidade, resolveu enviar a este jornalista, uma notificação Extra-judicial, ordenando que eu retire todas as matérias relativas a Uni Engenharia do Jornal Eletrônico Rondoniaovivo.

Heron reclama de reportagens investigativas que consumiram alguns meses de trabalho em campo, literalmente desenterrando mal feitos contra a população desta cidade. A primeira matéria que o empresário quer censurar sob ameaça de processo civil e criminal é sobre a drenagem da zona leste, uma obra que consumir alguns milhões de reais e foi abandonada pela UNI. O interessante é que mesmo depois de um bom tempo da obra parada, a UNI ainda recebeu em pleno período eleitoral de 2008. (leia aqui – Uni Engenharia aplica golpe milionário em obra de drenagem na zona leste)

Na época, colaborei com investigação do CAEX do Ministério Público de Rondônia, que designou servidor para fazer o acompanhamento “in-loco” dos locais com grandes suspeitas de irregularidades. Informações vindas de fontes garantem que “uma mão” foi colocada sobre o processo de investigação do CAEX e nunca mais se ouviu falar do assunto. Uma clara demonstração de ingerência política em tão importante órgão fiscalizador.

A outra reportagem que o empresário reclama é sobre a obra da duplicação da avenida José Vieira Caúla, que segundo fonte que trabalhava na empresa, teve sua licitação com recursos federais fraudada. Para tanto, o ex-funcionário apresentou uma ata da Semad em que a UNI era desclassificada.

Esta ata estava assinada por sete pessoas que estavam presentes na sessão licitatória, com assinaturas reconhecidas em cartório. Outra ata, com mesmo número, data e horário dava conta que a UNI era a vencedora do certame.

Como desculpa, diga-se de passagem, extremamente esfarrapada, o prefeito Roberto Sobrinho, através de sua assessoria de comunicação disse que todos tinham assinado o documento que valia mais de 7 milhões de reais sem perceberem que estava digitado errado, onde lia-se Desclassificado era na verdade Classificado e que os termos técnicos que desclassificaram a Uni eram de ata anterior. O processo licitatório anterior ao da Uni não tinha nada a ver com obras públicas. (Leia aqui - EXCLUSIVO - Prefeitura falsifica ata de licitação para beneficiar UNI Engenharia).

Vale lembrar que em relação a Uni ouvi e publiquei a versão do engenheiro da obra e também fiz campana atrás de Heron Abrãao para ouvir sua história, quando esteve aqui. Fui na Sempla onde o empresário foi logo depois de chegar na capital, fui no hotel Vila rica onde estaria hospedado . Nada de achar o homem, também liguei para a sede da empresa e ninguém quis falar sobre o caso.

Este caso da suposta fraude na licitação da Caúla me rendeu um processo cível aberto pelos “peixes pequenos” do caso, os servidores municipais que cumpriam ordem. Este processo está em trâmite em 1ª instância e confio na seriedade do judiciário rondoniense.

Para completar, levei a “fonte” e documentos até a presença do procurador da república Reginaldo Trindade, onde o mesmo disse que havia uma investigação em curso. Porém passados mais de dois anos, não se tem noticia de como anda a investigação. Fontes me garantem que nenhuma das pessoas que estavam na sala de licitação e postaram sua assinatura no documento “fanta” foi chamada no MPF para prestar esclarecimentos."Tá todo mundo de boa” como se diz no popular.

Alías não posso deixar de relatar. Na presença de Trindade, o “homem-bomba” da Uni perguntou se o procurador iria mesmo investigar, já que se corria a boca pequena na capital que Trindade era “petista”. Além deste escriba, estava na sala o jornalista Alan Alex e a assessora de comunicação da instituição, a servidora pública Luiza Arcanjo. Trindade foi incisivo na sua resposta, enquanto Procurador da República.

Na sua notificação extra-judicial, Heron Numa me ameaça de processos, usando palavras de advertência do procurador Reginaldo Trindade,”que eu deveria ter cuidado com as afirmações que fizer sem o devido embasamento fático e jurídico”. (pag.4 da extra-judicial)

Heron ainda diz na sua defesa que o culpado pelas complicações nas duas obras é da gestão de Roberto Sobrinho, que seria “extremamente desorganizada e desestruturada”.

Então fica assim, vai por aqui minha notificação extra-judicial para o empresário Heron Numa.

Ainda acredito nos poderes constituídos deste Estado, apesar de achar estranho que o MP estadual, abalroado por forças ocultas tenha parado a investigação sobre a UNI.

Ainda acredito na força avassaladora do MPF em defesa da comunidade, apesar de estar bestificado com a aparente inércia em relação aos desmandos na capital com recursos federais.

Como forma de privilegiar o “outro lado”, publico abaixo fac-simile da “desaforada” notificação extra-judicial da UNI, que tem certeza que no Brasil, a impunidade reina para os amigos do rei.

Agora retirar reportagem legitimamente produzida é querer demais senhor Heron. Não é porque vossa senhoria nunca foi chamado para responder no MPE e MPF que vou me acovardar.

Direito ao esquecimento

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