Ao mandar às favas o projeto de lei que acabava com segurança para ex-governadores, a Assembléia Legislativa de Rondônia (ou a maioria dos que lá tem assento) mostrou, mais uma vez, que não está sintonizada com os princípios de moralidade e responsabilidade reclamados pela sociedade.
Já se sabia, desde o início, que a proposta do deputado petista José Hermínio Coelho não tinha a mais remota chance de prosperar, que tudo não passaria de mais embuste eleitoreiro e que, como sempre, no final, a conta continuaria espetada no bolso do contribuinte rondoniense, como de fato aconteceu.
É bom que se diga, contudo, que não estamos diante de mais um fato inédito protagonizado pela ALE, mas, sim, assistindo a mais uma das muitas manifestações (recentes ou não) de descompromisso daquele pode com a decência e, principalmente, com os interesses da população.
Em vez de a “Casa do Povo”, como diz a propaganda oficial, paga a peso de ouro com o suado dinheiro do cidadão rondoniense, a Assembléia Legislativa deveria chamar-se a “Casa dos Fatos Consumados”. E por motivos óbvios. Redundante seria citá-los. Os exemplos estão aí, para quem quiser vê-los.
A essa altura do campeonato, quem deve está sorrindo orelha a orelha é o ex-governador e senador Ivo Cassol, que continuará com seus 19 seguranças, enquanto alguns municípios do Estado têm menos de seis policiais para salvaguardar a população.
Infelizmente, mais uma vez, a ALE colocou privilégios imorais acima das legitimas aspirações da coletividade. Não é por demais repisar, contudo, que ninguém serve a Deus e ao diabo. Traição é agulha de duas pontas. Ou então cobra de duas cabeças. O resto é bestice, é subserviência, é corporativismo deslavado, enfim, é suprema imbecilidade.