A “companheirada” está em polvorosa, aqui e alhures. Em Brasília, estão querendo comer o fígado da Dilma. Foi preciso alguém mandar chamar o ex-presidente Lula para apascentar os lobos famintos por mais nacos de poder. Do lado do PMDB, coube ao vice-presidente Michel Temer a difícil missão de tentar conter o fisiologismo cada vez mais voraz dos colegas.
Em Porto Velho, a temperatura esquentou lá pelas bandas da Assembléia Legislativa de Rondônia. Os deputados petistas José Hermínio Coelho e Ribamar Araújo andaram deitando o relho no lombo do prefeito Roberto Sobrinho. Houve, inclusive, quem o chamasse de “chefe de quadrilha”. Em nota, Sobrinho prometeu enquadrar “seus caluniadores”.
Antes de chegar a ALE, Hermínio passou pela Câmara de Vereadores da Capital. Como presidente da Casa, empenhou-se na aprovação de projetos de interesses de seu “companheiro” Sobrinho. Ajudou a criar cargos comissionados na estrutura da prefeitura e aumentar os salários dos secretários municipais, dentre outras benesses.
Agora, sem motivo aparente, Hermínio resolveu rebelar-se contra seu “companheiro de tantas lutas”, como ele mesmo afirmou, por diversas vezes, da tribuna da Câmara. O que teria levado Hermínio a mudar radicalmente sua maneira de agir em relação ao seu colega de partido?
Dias atrás, durante entrevista a uma emissora de rádio da Capital, quando perguntado sobre a sucessão municipal, Sobrinho respondeu que pretende apoiar o candidato indicado pelo o PT e citou como eventuais postulantes a deputada estadual e presidenta regional do partido, Epifânia Barbosa, e o vereador Cláudio Carvalho, sem, contudo, mencionar o nome de Hermínio, que também sonha chegar ao palácio Tancredo Neves.
Entretanto, se havia alguma possibilidade de Hermínio contar com a ajuda de Sobrinho numa possível briga pela prefeitura, detonou-a o próprio. Depois das bordoadas desferidas contra seu “ex-companheiro”, se dependerem de Sobrinho e da “companheirada” que o cerca, o sonho de Hermínio poderá acabar em pesadelo.