O slogan “uma administração para todos e todas” tem servido para muita coisa, principalmente, para justificar mentiras e acobertar eventuais desvios de conduta. Menos, é claro, para servir à população.
Quando se trata da prestação de serviços essenciais à vida da sociedade, aí, então, os absurdos e as barbaridades chegam aos píncaros da estupidez.
No último domingo, Porto Velho voltou a ser destaque no programa Fantástico da Rede Globo de Televisão.
A aparição, no entanto, não foi motivo de orgulho para os que amam esta terra e nela fincaram raízes. Pelo contrário, acredito que tenha calado fundo no coração de muitos portovelhenses.
Bom seria se o Fantástico tivesse mostrado a nossa capital como cidade modelo, nas áreas da saúde, educação e segurança pública, onde o dinheiro arrancado dos bolsos do contribuinte é aplicado com eficiência e responsabilidade. Mas não!
O alvo também não foi a compra de medicamentos superfaturados, objeto de denúncia no programa anterior, para a qual o prefeito deu uma desculpa esfarrapada é muita gente engoliu.
Dessa vez, aparecemos entre as cidades com o maior número de elefantes brancos, de obras inacabadas, eivadas de irregularidades, que vão do nada a nenhum lugar.
E, agora, qual será a desculpa? Vão tentar meter goela abaixo dos incautos que a TV Globo se equivocou, que tudo isso não passa de armação, de coisa da imprensa para tentar melar a administração proba do prefeito Roberto Sobrinho?
Ou, então, vão jogar a culpa nas costas da empresa, responsável pelas obras dos viadutos, como já andam fazendo entre quatro paredes, dizendo que ela abandonou o serviço sem explicação plausível?
Duvido que essa gente seja humilde o suficiente para reconhecer o resultado de seu fracasso. Aliás, a palavra humildade parece que não existe no dicionário desse pessoal, que se julga acima de tudo e todos. Mas aí estão os exemplos, para quem quiser verificar o fosso abissal que há entre o discurso e a ação.