USINAS – A turba ensandecida que tomou conta de Jirau
Foto: Divulgação
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Cinzas tomaram conta do céu azul de Porto Velho/Ro, cenas vistas apenas em países em guerra, em fotos de jornais estrangeiros, em áridas terras do Sudão ou da Líbia. Um êxodo de mais de cinco mil pessoas. Operários angustiados, tomados pelo desespero de ver os poucos bens materiais juntado em malas, sacos e mochilas. Sonhos destruídos, vidas estremecidas pelo medo. Um operário ao ver a equipe de reportagem confidencia: “Eu vim aqui atrás de um sonho, o sonho de poder comprar um computador para minha filha, que está lá na Bahia e vai começar a estudar”.
E agora o que será feito com essa massa humana, que está em deslocamento para a cidade de capital? De quem é a responsabilidade pelos fatos que ocorreram dentro do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau? O Estado de Rondônia? O governo federal? A Enersul, consórcio responsável pela construção da usina de Jirau?
Nesses dias Rondônia viu cenas típicas de “Morte e Vida Severina”, o clássico da literatura brasileira/João Cabral de Melo Neto, retirantes, trabalhadores braçais partindo em busca da sobrevivência em terras rondonienses. Estampado na face de cada operário está o sofrimento, resultado do difícil cotidiano laboral na construção das hidrelétricas do Madeira.
A ação isolada de uma minoria irresponsável, de uma turba ensandecida, prejudicou a vida de milhares de trabalhadores honestos, levou ao caos toda região do distrito de Jaci - Paraná e do recém inaugurado povoado de Nova Mutum Paraná.
Que o progresso continue em Rondônia, que o estado continue sendo uma referência de opulência e oportunidades, mas que o preço a ser pago não seja esse.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!