"De Malas Prontas" chega a Rondônia - Por Professor Nazareno

"De Malas Prontas" chega a Rondônia

Foto: Divulgação

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"De Malas Prontas" chega a Rondônia
 
 
Professor Nazareno*
 
           
           
            Com a aproximação do período de férias e do verão no Hemisfério Sul, o programa "Mais Você" da Rede Globo capitaneado pela apresentadora Ana Maria "Brega" tem um quadro, De Malas Prontas, que sorteia durante uma entrevista feita nas ruas, uma família para passar quatro dias descansando em um destino qualquer com todas as despesas pagas por uma conhecida agência de turismo. O repórter Fabrício Bataglin entrevistou nas ruas de Curitiba o senhor Antônio Parvo que aceitou prontamente "o desafio". Após ser informada, a família sorteada escolheu por unanimidade o destino onde eles iriam passar os quatro dias mais felizes de suas vidas. As opções eram cidades da Serra Gaúcha, do litoral do Nordeste, da Amazônia e do Cerrado. Escolheram a Amazônia e a cidade foi Porto Velho, "capital de Roraima".
            Difícil encontrar vôos disponíveis "para um lugar tão distante". De Curitiba a São Paulo e de lá até Brasília. Da capital do país até Porto Velho, a família, composta de quatro pessoas, Sr. Antônio, sua esposa e um casal de filhos, "comeu o pão que o diabo amassou". Muita gente nos aeroportos congestionados. Vôos sempre atrasados, hotéis lotados, mau tempo e pobre, muitos pobres mesmo embarcando nos aviões. "Antigamente pobre só freqüentava aeroportos para roubar, pedir esmolas ou trabalhar de camelô. Hoje os miseráveis já compram passagens aéreas para viajar. Deve ser por isso que existe este infernal caos aéreo, pois antigamente não existiam problemas nos aeroportos", filosofou o senhor Antônio com a sua esposa. Após muita demora, finalmente a família Parvo chega ao Aeroporto Internacional Jorge Teixeira.
            "Quero ver os índios, quero ver os índios", gritavam eufóricas as crianças. "Pai, saem muitos aviões desta cidade para a Europa e os Estados Unidos?", perguntou o menino. "Acho que sim, meu filho, já que este aeroporto é internacional". Receberam as boas vindas de funcionários mal educados, grossos, ignorantes e que não falam uma única palavra em Inglês. Foram hospedados num hotel da periferia cuja diária é equivalente a um requintado cinco estrelas de Dubai. No trajeto viram muitas carcaças de cachorros mortos pelas fedorentas ruas da cidade. "Devem ter sido as batalhas com os índios", comentaram os meninos. Um dos funcionários gritou para que eles se calassem e informou que à noite, se não faltar energia, eles farão um tour pela cidade: Porto Velho by night. Vão ao Mercado cultural, Avenida Jorge Teixeira e Zona Leste.
            Deslumbrada, a família viu as lindas decorações de Natal espalhadas pela cidade e devido à semelhança lembraram Curitiba. Passaram pelos viadutos abandonados e, curiosos, perguntaram o que significavam aqueles arcos na entrada da cidade. "É um dos jazigos do PT rondoniense", informaram. Zelosos, os recepcionistas do hotel lhes avisaram que se fossem convidados para alguma festa não levassem o Dydyo, uma espécie de refrigerante local. Quiseram saber o porquê e foram informados que as pessoas daqui agem assim mesmo: valorizaram apenas o que é de fora. Por não ter sido assaltada na Zona Leste, a família achou que não existe violência na cidade. Durante o dia, foram à Hidrelétrica de Santo Antônio conhecer "o Pelourinho dos rondonienses" e lamentaram por terem perdido a festa de despedida da cachoeira e da vila do Teotônio.        
            Houve um único dia só para visitar as obras inacabadas da cidade. Não deu tempo para ver todas. Viram também a nova sede da Assembléia Legislativa do Estado que está sendo construída onde antes funcionava um circo. "Nos próximos dias esta importante casa de leis funcionará em duas boites da cidade", disse um funcionário. A família ainda visitou a praça das imponentes Três Caixas d'água, o símbolo maior dos porto-velhenses, viram a dança do Boi, comeram mandi com farinha e na praça cuja reforma custou 12 milhões de reais e que já exala odor de fezes humanas, tomaram tacacá na cuia. Os Parvo eram só alegria e comemorações."Que cidade limpa e organizada, que povo acolhedor, que lugar lindo", diziam. A senhora Parvo admitiu que foram os quatro dias mais felizes de suas vidas. E nem foram ao açougue João Paulo Segundo nem viram a fumaça do verão. Com lágrimas nos olhos, as crianças se despediram da cidade a ainda lamentavam não terem visto índios por aqui...
 
 
 
 

*É professor em Porto Velho

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