Há exatos quarenta e dois anos, os militares brasileiros mostraram ao mundo a sua face mais brutal e desumana: foi durante o governo de Arthur da Costa e Silva - 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969 - que o país conheceu a mais cruel de suas leis e
Foto: Divulgação
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Há exatos quarenta e dois anos, os militares brasileiros mostraram ao mundo a sua face mais brutal e desumana: foi durante o governo de Arthur da Costa e Silva - 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969 - que o país conheceu a mais cruel de suas leis e decretos. O Ato Institucional Nº. 5, ou simplesmente AI-5, que entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968, era o mais abrangente e autoritário de todos os outros atos institucionais, e na prática revogou os dispositivos constitucionais de 67, além de reforçar os poderes discricionários do regime militar instalado em 1964. O Ato vigorou até 31 de dezembro de 1978. Eram os militares brasileiros a serviço da elite nacional.
Foi a partir deste ato que os "milicos" começam de fato "a fazer a festa" sobre os poucos opositores e a cercear toda e qualquer possibilidade de reação da tímida oposição do país. Era o início dos “anos de chumbo” da cruel e covarde Ditadura Militar que se abateu sobre a nação até meados da década de 1980. E o pior de tudo é que toda esta perseguição e afronta, desrespeito, assassinatos, torturas, falta de lógica foram cometidos em nome de uma pseudo Segurança Nacional só para proteger os ricos. A exemplo dos assassinos nazistas, os nossos militares estupraram e brutalizaram a consciência nacional em busca do nada ao atropelarem a ordem democrática vigente.
Realmente: defendendo os princípios do capitalismo selvagem capitaneados pelos Estados Unidos, a Ditadura Militar no Brasil torturou e assassinou pacatos cidadãos para proibir dentre outras coisas, por exemplo, que o PCB (Partido Comunista Brasileiro) não tivesse sua legalidade e nem participasse da vida política nacional. Não conseguiram, pois hoje em dia não só o "partidão", mas tantas outras siglas similares fazem parte do jogo político atual e o mundo ainda não se acabou por causa disto. Dilma Rousseff, ex-terrorista, presidirá o país. A partir daí, os militares brasileiros se especializaram em censurar revistas de mulher pelada e a torturar oposicionistas.
Muitos cidadãos crêem que o pesadelo fardado já acabou e faz parte do nosso passado. Mas é sempre bom lembrar que a elite que sustentou "os gorilas da caserna" é quase a mesma que ainda dá as cartas no jogo político e econômico do nosso país. E muito provavelmente ainda reina dentro dos nossos quartéis a mentalidade golpista, tacanha e retrógrada que incentivou os militares na aventura tresloucada de 1964 e da decretação do AI-5. Essa mesma elite deu as caras recentemente no país inteiro quando não só torceu pela vitória de José Serra, mas tentou de todas as maneiras "melar" a vitória da Dilma Rousseff tentando trazer de volta esse passado infeliz. Perderam feio.
Alguém deveria ensinar aos nossos militares que defender a Segurança Nacional seria, por exemplo, não ter permitido há três anos, que os bolivianos tivessem invadido as nossas refinarias de Petróleo ou então vigiar melhor as nossas fronteiras, que mais se parecem um queijo suíço, e dessa forma evitar a entrada clandestina de armas e drogas. Por tudo isso, não há absolutamente a menor possibilidade de se lembrar de forma cômoda nesta data maligna de que há quarenta e dois anos tivemos nossas consciências invadidas e fomos levados ao limbo. A já desgastada imagem do Brasil ficou manchada internacionalmente durante 21 anos para absolutamente nada e até hoje se paga um alto preço por isso. Os militares do Brasil só ajudaram a enriquecer ainda mais a ambiciosa elite nacional. Só que a partir de agora serão comandados por quem tanto combateram.
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