PATAMAR ALTO- Com uma leve queda o consumo de Porto Velho continua 7,69% maior que a média do consumo nacional.
A Pesquisa Nacional de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) das famílias de Porto Velho, em novembro, teve uma leve queda baixando de 149,9 para 149,8. Com a queda, no entanto, ainda assim a intenção de consumo da nossa capital segue sendo 7,69% maior do que a intenção de consumo nacional que, mesmo crescendo 1,7% sobre o mês de outubro e registrando um novo recorde em novembro, atingiu 139,1 pontos. Em novembro 5 dos 7 que compõem o indicador apresentaram um desempenho negativo. Somente o emprego atual com uma variação positiva de 3,3% e a perspectiva profissional com 12,6% tiveram desempenhos positivos em novembro.
Os subitens do ICF Perspectiva de Consumo e Nível de Consumo Atual foram os que mais variaram negativamente, respectivamente – 3,9 e -3,5%, logo depôs seguido da Renda Atual, com -3,0% o que tende a indicar que, mesmo com a queda do acesso ao crédito e do momento para duráveis, que ainda permanecem num patamar elevado, as vendas de fim de ano deve se sustentar em grande parte no aumento do crédito ainda que haja uma quantidade grande de endividamento das famílias. È preciso acentuar que com a leve queda ainda persiste a intenção de consumo próximo dos 150 pontos, ou seja, quase no estrato mais elevado demonstrando que o consumo de Porto Velho, ainda que não apresente o mesmo vigor do primeiro semestre, continua mais elevado que o nacional e o freio no consumo deve ser alterado no último mês do ano na medida em que todos os subitens estão em níveis altos.
INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS- Porto Velho-Novembro de 2010
INDICE
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SETEMBRO
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OUTUBRO
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NOVEMBRO
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VARIAÇÃO
%
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INTENÇÃO DE CONSUMO DAS FAMÍLIAS
Emprego Atual
Perspectiva Profissional
Renda Atual
Acesso a Crédito
Nível de Consumo Atual
Perspectiva de Consumo
Momento para Duráveis
|
142,3
136,7
146,2
154,8
153,4
116,9
147,0
141,1
|
149,9
140,2
142,9
160,2
157,5
128,3
173,0
147,2
|
149,8
144,8
160,9
155,4
153,6
123,8
166,3
144,0
|
- 0,1
3,3
12,6
-3,0
-2,5
-3,5
-3,9
-2,2
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Fonte: Pesquisa Direta CNC/Fecomércio/RO
Emprego Atual
O crescimento do nível de emprego atual pelo terceiro mês seguido se explica pela crescente criação de empregos em especial em setores como a construção civil, os serviços e na área do comércio pelos empregos temporários de fim de ano. É preciso frisar que, ao contrário do que aconteceu nos meses anteriores, nos quais o crescimento do emprego se verificava nos níveis de menor escolaridade e salários mais baixos, no mês de novembro o crescimento foi puxado pela criação de empregos com maior escolaridade e maior renda talvez por causa do recrutamento para novos projetos do próximo ano. De qualquer forma a capital, como acontece com o Estado de Rondônia, como informa o Superintendência Regional do Trabalho e Emprego vem batendo sucessivos recordes de criação de empregos, o que tem a alavacangem evidente da construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, bem como Porto Velho responde por cerca de 40% da geração dos novos empregos estaduais.
Perspectiva Profissional
Em termos de perspectivas profissionais, depois de uma queda de setembro para outubro, este subitem voltou a crescer de 142,9 para 160,9 pontos, ou seja, 12,6%, porém, ainda este é o 3º pior desempenho no ano e não se aproxima dos 184,5 pontos alcançados em fevereiro. As melhores oportunidades em relação à perspectiva profissional continuam concentradas no estrato abaixo de 10 salários mínimos muito embora com uma diferença muito pequena para quem tem renda acima deste patamar (161, 3 pontos para renda abaixo e 158,3 pontos para renda acima). Isto indica que as perspectivas profissionais continuam a ser animadoras dado o aquecimento evidente do mercado de trabalho.
Perspectiva de Consumo, Nível de Consumo Atual e Renda Atual
Num mês onde se esperava, por ser um comportamento sazonal, o crescimento da perspectiva de consumo verificou-se uma queda de -3,9% indica que, possivelmente, deriva do aumento do endividamento das famílias que serviu como um contrapeso para impedir uma maior perspectiva de consumo. Isto também se refletiu numa queda de -3,5% do nível de consumo atual que também encontra uma parte da explicação na queda do nível atual de renda de -3,0% cujo impacto deriva de uma queda maior da renda no grupo de renda de mais de 10 salários mínimos que teve uma queda de 15,03% na renda contra apenas 1,83% no segmento abaixo de 10 mínimos. Isto ainda se agravou com o fato de que aumentou a dificuldade de acesso ao crédito com a queda do indicador deste subitem de 157,5 para 153,6, ou seja, -2,5%
Momento para duráveis tem ligeira melhora
A queda na perspectiva de consumo, do nível atual de consumo, da renda atual e do acesso ao crédito se refletiram numa baixa de -2,2% da percepção de que seja um bom momento para o consumo de bens duráveis. Contudo, os 144 pontos de novembro ainda expressam uma disposição muito forte de compra de bens duráveis e é de se esperar que, com a injeção do 13º salário no final do mês o consumo venha a aumentar no mês de dezembro ainda que uma parte significativa das famílias demonstrem disposição de saldar suas dividas.
Sobre o ICF
Em conjunto com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia-Fecomércio/RO, realizou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de Porto Velho (ICF-Rondônia) relativa ao mês de maio que tem como objetivo antecipar o potencial das vendas do comércio.
Os resultados do ICF são avaliados sob dois ângulos. O primeiro é o grau de satisfação e insatisfação dos consumidores. O índice abaixo de 100 pontos indica uma percepção de insatisfação, enquanto acima de 100 (com limite de 200 pontos) indica o grau de satisfação em termos de seu emprego, renda e capacidade de consumo. O segundo ângulo é o da tendência do grau de satisfação e insatisfação, por meio das variações mensais do ICF total. O ICF é composto por sete itens. Quatro deles – emprego atual, renda atual, compra a prazo e nível de consumo atual - comparam a expectativa do consumidor em relação a igual período do ano passado. Os demais itens referem-se a perspectivas de melhoria profissional para os próximos seis meses, expectativas de consumo para os próximos três meses e avaliação do momento atual quanto à aquisição de bens duráveis. As informações são obtidas a partir de 500 questionários aplicados em Porto Velho.