QUEIMADAS – Visibilidade no rio Madeira é praticamente zero, ribeirinhos sofrem com a fumaça – Vídeo e Fotos

A equipe de reportagem do Rondoniaovivo foi até o rio Madeira e realizou uma travessia para verificar a real situação do rio...

Da Redação

20 de Agosto de 2010 às 15:17

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QUEIMADAS – Visibilidade no rio Madeira é praticamente zero, ribeirinhos sofrem com a fumaça – Vídeo e Fotos

Foto: Divulgação

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As queimadas no estado de Rondônia continuam trazendo prejuízos enormes a população de Porto Velho. A zona urbana da cidade está tomada por uma neblina de fumaça infindável, em certos momentos a fumaça chega a tomar conta das residências. Os atendimentos nos postos de saúde e nas policlínicas aumentaram substancialmente, apenas no Hospital Infantil Cosme e Damião, os atendimentos a crianças que apresentam problemas respiratórios subiu 70%.

Na BR 364, principal rodovia de acesso de Rondônia com o resto do país os graves acidentes motivados pela falta de visibilidade na estrada estão se acumulando. Apenas nessa semana três pessoas morreram em colisões brutais que chocaram toda a sociedade rondoniense.

Agora a situação afeta os trabalhadores que vivem do rio Madeira, durante todo o ano toneladas de grãos, verduras e vários outros produtos são transportado em balsas, barcos e embarcações. A principal rota de transação comercial compreende ao trecho Porto Velho – Manaus. Porém as fumaças incomuns que tomaram conta da cidade estão colocando em risco essas embarcações que seguem o curso do rio. A fumaça tirou em quase 100% a visibilidade de quem trafega no rio. As fumaças aliadas ao baixo nível do rio transformam as viagens no Madeira em uma aventura extremamente perigosa, gigantescas balsas estão encalhando nas areias e batendo nas pedras que geralmente ficariam submersas ao rio.

Porém, os prejuízos não representam apenas uma questão econômica, a comunidade mais afetada com as queimadas e a baixa do rio é a ribeirinha. Moradores que vivem da pesca e da marcenaria, construindo de pequenos barcos conhecido como “rabeta” até embarcações de médio porte.

A equipe de reportagem do Rondoniaovivo foi até o rio Madeira e realizou uma travessia para verificar a real situação do rio. No local conhecemos Douglas, um ribeirinho que tem o rio Madeira como sua própria casa, ele levou a equipe para realizar uma travessia até a outra margem do rio e mostrar pessoalmente como está a navegação.

Desde o inicio já sentíamos um extremo ardor nos olhos motivados pela fumaça que batia rapidamente no rosto, a embarcação em que estávamos era uma tipo rabeta e a cada

metro que a pequena rabeta andava percebíamos a total invisibilidade do rio, o perigo enorme, era como dirigir de olhos vendados, não se via nada a mais de um metro na frente. Em vários momentos batíamos com o fundo da rabeta em na areia do rio.

Alguns minutos depois de viajem chegamos em uma pequena praia criada pela seca do rio, no local várias pessoas da comunidade ribeirinha de São Sebastião se divertem e aproveitam o ambiente que lembra um local litorâneo. Porém a fumaça não deixava de nos perseguir.

Douglas afirmou que a fumaça deixa tudo complicado, e que apenas navega no rio porque cresceu ali e conhece bem o percurso que estava fazendo.

“Essa situação é difícil, já presenciei vários acidentes aqui devido à fumaça, e de noite a situação fica pior, pois além da escuridão da noite a fumaça deixa o rio praticamente impossível de andar”, afirmou Douglas.

No final da viajem tivemos a absoluta certeza de que o rio Madeira está com seu ambiente natural extremamente afetado, a cada ano as secas são maiores e as chuvas totalmente inconstantes, uma política de educação ambiental e uma adaptação das formas de produção rural deve ser realizada para que seja possível evitar um desastre econômico e ambiental na Amazônia Brasileira.

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