SAÚDE - Maternidade Municipal realiza vasectomias

O nome, Maternidade Municipal Mãe Esperança (MMME), sempre foi ligado às gestantes e ao atendimento às mulheres. Mas, as ações e projetos realizados na maternidade envolvem não só a mulher, mas a família e o próprio homem. Um dos projetos que abrange comp

SAÚDE - Maternidade Municipal realiza vasectomias

Foto: Divulgação

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O nome, Maternidade Municipal Mãe Esperança (MMME), sempre foi ligado às gestantes e ao atendimento às mulheres. Mas, as ações e projetos realizados na maternidade envolvem não só a mulher, mas a família e o próprio homem. Um dos projetos que abrange completamente a família é o Planejamento Familiar, no qual é fundamental a participação masculina. Dentro deste atendimento os homens estão sendo conscientizados da necessidade do homem se submeter à vasectomia. 
De acordo com a diretora da maternidade, Dra. Ida Peréa, está aumento o número de homens que entendem que a esterilização humana também envolve o marido, “por semana estamos realizando em média 10 vasectomias e 15 laqueaduras. Apesar de constatarmos que ainda é muito maior o número de mulheres que se submetem à esterilização cirúrgica. Os homens estão aderindo à idéia gradativamente à medida que tomam conhecimento que o procedimento é oferecido a qualquer um que deseje e que preencha os requisitos da lei 9.263/96”, explicou a diretora.
 
Atendimento
 
O atendimento aos casais é feito de forma individual por uma equipe especializada que está de prontidão diariamente de segunda à sexta-feira, das 08 às 13 horas. O casal é orientado sobre o que é a vasectomia, as vantagens, os riscos, e também sobre os exames preliminares a serem feitos, e o casal têm suas duvidas esclarecidas sobre o assunto. O homem que faz a vasectomia recebe alta no mesmo dia para retornar para sua residência, não há necessidade de internação. O interesse pelo atendimento está gerando uma demanda espontânea, pois o tabu sobre o assunto está sendo derrubado em nossa sociedade. 
 
Mudança de visão
 
A principal razão apontada pelos homens no planejamento familiar é a preocupação com as condições financeiras para cuidar da família. Essa preocupação é decorrente do papel que a sociedade atribuiu ao homem, como o principal provedor da família. A cultura patriarcal em que vivemos colocou a mulher no âmbito da maternidade, do lar, e das tarefas internas da família. O mundo externo foi considerado de âmbito masculino. Entretanto as mulheres estão questionando e solicitando a participação do homem na vida familiar, uma vez que elas entraram no mundo público, têm assumido uma dupla jornada de trabalho participando ativamente do orçamento familiar sendo algumas vezes a principal provedora. “Dessa forma, um novo homem está emergindo, embora muito lentamente. Paralelo a seu lado racional e objetivo, surge um espaço no lado emocional, essencial no desempenho da vivência familiar. E, apesar de toda a dimensão biológica reprodutiva ser ainda encarada, fundamentalmente, como de âmbito feminino, percebemos que os homens desejam participar mais do planejamento familiar”, destacou a Dra. Ida Perea.
Conforme dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde revelou que houve um aumento dos métodos contraceptivos utilizados pelo homem, o uso da camisinha masculina triplicou passando de 4% para 12% e a esterilização masculina (vasectomia) mais que dobrou, passando de 2,4% para 5,1%. A cultura brasileira do poder patriarcal também é percebido em nossa região. Orientar sobre a necessidade de mudar esta relação de poder entre homem e mulher é um dos desafios do projeto. Ida Perea, faz uma comparação sobre esta relação, “a concepção é o resultado natural do intercurso sexual entre homem e mulher. Partindo dessa premissa, era de se esperar que a anticoncepção fosse também, resultante da conjugação de esforços dos parceiros igualmente envolvidos nessa relação. Embora seja pequeno o número de estudos sobre a participação do homem na contracepção, eles mostram que, por ignorarmos o interesse dos homens em planejar suas famílias, a sociedade acaba perpetuando estereótipos sexuais”, apontou.
Direito ao esquecimento

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