Brasil: desigualdade fabricada - Por Professor Nazareno

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Foto: Divulgação

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O Brasil sempre foi apontado, nas últimas três décadas, como uma das maiores potências econômicas do mundo. Tem um Produto Interno Bruto alto, mas a qualidade de vida de sua população é baixa, mesmo tendo um IDH considerado bom entre os emergentes. Quando se fala em desigualdade social ou qualidade dos serviços públicos prestados pelo Estado brasileiro, a situação fica crítica mesmo sendo uma das nações com as mais altas taxas de impostos do mundo. De um modo geral os nossos serviços públicos são comparados aos do Sudão, Haiti ou Papua Nova Guiné, países miseráveis e que estão na maioria dos casos, envolvidos em guerras, revoltas ou mesmo são vítimas das intempéries da natureza.
           
Criamos uma sociedade absurda nestes cinco séculos de existência em que permeia uma das maiores desigualdades sociais do mundo. Embora rico, somos um país injusto. E não adianta jogar a culpa destas mazelas sociais para os políticos ou governantes apenas. Todos nós, indistintamente, temos a nossa parcela de culpa. A desigualdade parece estar no nosso DNA. Faz parte da nossa cultura. Não temos, muitos, problemas de preconceito ou aversão aos nossos semelhantes. Dizemos orgulhosamente que somos a mistura das três grandes raças que formam todos os seres humanos. Falamos a mesma língua, professamos praticamente a mesma fé, mas dividimos as nossas cidades em bairros de rico e bairros de pobres.
           
A nossa imensa desigualdade social nos condena a ver e julgar as pessoas de acordo com o seu bolso, com a sua renda. A Justiça é deveras injusta. A polícia trata os cidadãos, quase sempre, de acordo com o contracheque. A mídia, elitista, corrobora para que este fosso sempre aumente. O recente caso da Operação Hygeia da Polícia Federal é um clássico exemplo deste estado de coisas. O Secretário de Saúde de Porto Velho, Willames Pimentel, acusado pelo desvio de 200 milhões de reais quando era funcionário da Funasa, foi preso durante apenas cinco dias. Saiu de cadeia dando entrevista coletiva e segundo se observou, vários funcionários da referida secretaria municipal ovacionaram-no “de braços abertos”.
           
Se ele for inocente neste caso, o erro estaria no MPF e na Polícia Federal, óbvio. Na China, todos sabem qual seria o seu destino, sendo culpado. Mas se fosse um pobretão qualquer, a própria polícia já teria “enchido ele de porradas”. Os programas policiais da vida, que estão calados até agora, já teriam feito entrevistas “com o meliante”. Se culpada, esta quadrilha foi a responsável direta pela morte de quase uma centena de pessoas infectadas só pela dengue. Com o emprego de apenas dez por cento deste montante, Rondônia não teria registrado um único caso da doença. Isso sem falar em hepatite, malária, dentre outras enfermidades. Indiretamente muitas pessoas morreram pela falta destes recursos. E ninguém vê.
           
Parte da mídia, aquela interessada pelo dinheiro apenas, encobre os fatos, censura as notícias, interdita blogs e divulga as suas “meias verdades”. Num ano eleitoral como este cada um tem a sua fonte para publicar as suas versões. O eleitor, de pouca ou nenhuma leitura, fica confuso e não sabe quem está mentindo. Se recorrer “aos comandos policiais” poderá entender que o Brasil é assim mesmo e que a humanidade toda está dividida em apenas dois tipos de pessoas: pobres e ricos. E os pobres devem pagar por todos os seus erros enquanto os ricos dão entrevistas após saírem da cadeia. E o dinheiro desviado onde foi parar? Se não foi abduzido, pagará bons advogados, financiará uma candidatura ou garantirá uma boa vida num paraíso fiscal qualquer. E ainda sobrará muita grana. É o Brasil.
 
 
 
 
 
*Leciona em Porto Velho na escola João Bento da Costa.
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