Falta de saneamento e alagação transformam ruas num perigo para estudantes e condutores de veículos - Vídeo

Com o início da volta as aulas, crianças que moram nesses locais vivem todo dia uma prova de resistência física e psicológica sendo obrigadas a atravessar por ruas que mais parecem rios, ficando expostas a doenças...

Da Redação

16 de Março de 2010 às 15:06

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Falta de saneamento e alagação transformam ruas num perigo para estudantes e condutores de veículos - Vídeo

Foto: Divulgação

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A chuva que cai em Porto Velho desde o começo do ano e que se intensificou nessas últimas semanas vem transformando a capital em uma grande poça de lama. Nem os bairros considerados de classe média-alta escapam do estrago que as chuvas vem trazendo.

Aliado a um clima que vem a cada ano passando por transformações devido as alterações climáticas do planeta e uma total desestruturação nos serviços de saneamento na capital, as chuvas vem deixando de ser uma dádiva e passando a ser vista pela comunidade de Porto Velho, principalmente as mais carentes, como sinal de destruição e desolação.

Não bastasse só o fato de zonas inteiras da cidade sofrer com a falta de estrutura mínima, com o inicio da volta as aulas, crianças que moram nesses locais vivem todo dia uma prova de resistência física e psicológica sendo obrigadas a atravessar por ruas que mais parecem rios, ficando expostas a doenças provenientes da própria água suja que passa pelos esgotos a céu aberto e também doenças que surgem da umidade que essas crianças ficam em seus pés após andar nesses locais.

Essa foi a cena encontrada em varias ruas do bairro Cuniã, localizado na zona Leste de Porto Velho, especialmente na rua Policial Gusmão, onde um grupo de crianças foi visto indo para a escola passando por dentro da lama acumulada há vários dias.

No momento em que a equipe de reportagem do RONDONIAOVIVO chegou, avistou as crianças, alunos do colégio municipal São José, passando normalmente no meio da lama, e segundo alguns deles isso acontece todo dia pois esse é o caminho mais curto por dentro do bairro.

“Na semana passada um homem que passava de moto caiu nessa rua e quase morreu afogado, isso já se tornou comum, pois com certeza nessa água existem doenças como leptospirose e varias outros focos de enfermidades”, disse Maria Aurélia Azevedo, moradora do local.

Sem esperança de melhoras muitos moradores afirmaram estar habituados com a situação. Alguns deles não sabem nem a quem recorrer ou qual órgão publico pode ser responsável em melhorar pelo menos um pouco a condição de miséria em que o bairro está.

INVESTIMENTO

O fato é que de acordo com planilhas de custo da prefeitura de Porto Velho, um valor de 9.389.129,80 (Nove Milhões, trezentos de oitenta e nove mil, cento e vinte nove reais e oitenta centavos) foi investido em um projeto de infra-estrutura na zona Leste, através do contrato 238.671-40/2007, já se passaram quase três anos desde a assinatura desse contrato.

“É claro que precisamos de um grande projeto de infra-estrutura em nosso bairro, porém nesse momento só pedimos para que os órgãos do município responsáveis por tomar conta de nossa comunidade realizem pelo menos algo emergencial que resolva por enquanto essa nossa situação, tenho certeza que não irá custar milhões e nem muito tempo deles. Como podemos esperar que essas crianças cresçam com um consciência de cidadão se eles vivenciam diariamente o abandono daqueles que deveriam zelar pela sua dignidade?”, concluiu Rosa Maria Sales, moradora vizinha ao lamaçal.

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