Silêncio do PT e fala de Raupp zeram candidatura de Sobrinho e afirmam a de Confúcio - Por Paulo Queiroz

Silêncio do PT e fala de Raupp zeram candidatura de Sobrinho e afirmam a de Confúcio - Por Paulo Queiroz

Silêncio do PT e fala de Raupp zeram candidatura de Sobrinho e afirmam a de Confúcio -  Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
 
1 – SILÊNCIO PETISTA
 
Pior que a voz que cala, é o silêncio que fala. É o que se diz pelai, em geral, nos contextos passionais de interpelações sentimentais não atendidas. Transpondo a expressão para a conjuntura política local, mormente no que diz respeito aos planos do PT para 2010, dir-se-ia que, para alguém que se aventurasse a conjecturar sobre o atual rumo de tais projetos, o presente silêncio a que se recolheram os três postulantes à candidatura do PT ao governo em 2010 – senadora Fátima Cleide, deputado Eduardo Valverde e o prefeito porto-velhense Roberto Sobrinho - é o melhor e mais eloqüente indício de que algo mudou da água para o vinho a partir do momento em que a taciturnidade se instalou entre os companheiros.
 
E para quem acompanha o trotar da política da maloca, mormente quando essa bisbilhotice se apresenta como ofício, chega a ser uma garapa identificar o marco regulatório da mudez petista: a reunião, na quinta-feira (19), em Brasília, entre os três postulantes nominados, os presidentes Lula da Silva (da República), Ricardo Berzoini (do PT nacional) e Tácito Pereira (do PT/RO) e o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais ou das “Articulações Políticas”.
 
Na véspera, até para retificar a informação da coluna que o antecipara, o PT ocupara a ribalta para confirmar o encontro e introduzir a presença de Tácito Pereira (não informada aqui). Depois disso e até o momento, o PT só rompeu o silêncio para anunciar a eleição de Eduardo Valverde à sua presidência regional e a de Pereira para o comando na Capital. Sobre a reunião de Brasília, nem para esclarecer que, das excelências presidenciais previstas, apenas à da seção caripuna do partido restou bater o ponto.
 
Do que se poderia depreender que, sem Lula e sem Berzoini, a reunião deu em nada. E pelo jeito, no que depender dos petistas, só se vai saber algo de concreto no dia 12 próximo, em Ji-Paraná, no ato laconicamente anunciado pelo PT para o partido voltar a falar na eleição de 2010. Dá para esperar?
 
2 – VOZ DO PMDB
 
Dá nada, leitor. O jeito é fazer o silêncio falar. Se não inteiramente por si só, naturalmente, a partir das cartas que estão na mesa e, principalmente, por intermédio das entrelinhas das manifestações dos interlocutores mais próximos do PT.
 
Por si só, o silêncio quer dizer que da reunião de Brasília, para o PT/RO, boas notícias não há (do contrário, não haveria razões para postergá-las). Das cartas que a vista alcança, as mais esclarecedoras são as diretrizes da Direção Nacional (DN) da legenda para as eleições de 2010, que, na síntese, indicam ao partido fazer qualquer negócio pela candidatura da ministra Dilma Rousseff, Chefe da Casa Civil, à Presidência. Qualquer negócio, não é demais reiterar. Ponha o leitor essa informação na cabeça e reserve.
 
Finalmente, entre os interlocutores da maloca mais chegados ao PT, hoje, o destaque vai para o senador Valdir Raupp (PMDB). Em sendo assim, concentre o leitor a atenção na declaração mais robusta e recente do peemedebista. Abordado pelo site de notícias “Rondoniagora”, foi enfático em reafirmar a pré-candidatura do seu partido (Confúcio Moura, prefeito de Ariquemes), reservou a vaga de vice-governador para o PT, não sem cuidar de exibir uma alternativa – se o PT não aceitar, a chapa está aberta para o PC do B (ex-vereador Davi Chiquilito Erse) e até para o PP do governador Ivo Cassol (mas aí já foi querendo fazer blague).
 
Pode o leitor fazer das tripas coração e jamais vai encontrar – antes desse - um registro em que o senador Valdir Raupp cogite na possibilidade de ter um petista como candidato a vice na chapa do seu partido. Como a declaração de Raupp foi pós-reunião dos petistas com Padilha, significa que o senador ficou sabendo que Roberto Sobrinho está quase que inteiramente fora desse jogo, de algum modo dissuadido pela intervenção do Palácio do Planalto. Significa que Raupp está praticamente livre das desmesuradas pressões que sobreviriam sobre a direção do PMDB – vale dizer, sobre si próprio – na hipótese de que, na reunião de Brasília, Padilha (naturalmente com aval de Lula e Berzoini) tivesse decidido que Sobrinho seria o cara. Nesse caso, Raupp estaria com um enorme abacaxi para descascar.
 
3 – PRESSÕES IRRESISTÍVEIS
 
Eis que, com Sobrinho no jogo, permaneceria aberta a possibilidade de o PMDB ganhar a Prefeitura da Capital por intermédio do vice-prefeito peemedebista Emerson Castro. E como Sobrinho exigiria em troca o PMDB no seu palanque, o partido seria tentado, além de ganhar a Capital, a preservar a Prefeitura de Ariquemes em vez de perdê-la para o DEM pela ascensão de Márcio Raposo, o vice de Confúcio. Por essa razão, enquanto Sobrinho permanecesse uma possibilidade, Raupp evitaria em cogitar num vice do PT, pois não teria como saber se seria capaz de administrar as pressões de toda ordem, aí incluídas as do seu próprio partido a partir do Diretório de Porto Velho, hoje hegemonicamente unido em torno de Emerson Castro.
 
De modo que, se Raupp agora já fala com essa desenvoltura em um vice do PT é porque sabe que Sobrinho está praticamente fora do jogo e, por conseguinte, ele (Raupp) livre das pressões de que se falou. Sabe também que Padilha terá reiterado junto aos petistas locais a prioridade da DN, eventualmente cogitando a possibilidade do sacrifício da candidatura própria. Mas, repare o leitor, que Raupp apenas cogita em vice (preferencial, é bem verdade) do PT, chegando mesmo a admitir negociações alternativas em curso com o PC do B com o mesmo propósito – prover um vice para Confúcio.
 
Isso se dá porque, mesmo admitindo que o PT aceitasse a oferta de Raupp, isso ainda não garantiria o atendimento do propósito do petismo nacional segundo o qual cada Estado montaria um só palanque para Dilma (condição estabelecida por Lula para se fazer presente nas campanhas estaduais) e em função do qual os petistas se dispõem a fazer qualquer negócio (lembra?).
 
Eis que Cassol também trabalha para montar um palanque para Dilma. E como o PDT não desistiu da pré-candidatura do senador Acir Gurgacz, está aberta a possibilidade de mais outro palanque para Dilma. De modo que, enquanto não houver certeza de que é possível montar em Rondônia apenas um palanque para Dilma, não vale a pena o PT desistir de ter um candidato no primeiro turno. Se Sobrinho pode estar fora, sobram as postulações de Fátima e Valverde. Nesse caso, resta a Raupp buscar o vice de Confúcio em outra freguesia.
 
Uma última questão se impõe: há possibilidade de montar um só palanque em Rondônia para Dilma? Há. É só Cassol decidir marchar com Expedito Júnior (PSDB) e o PDT se dispor a apoiar o PMDB mediante a indicação do vice de Confúcio. Disciplinado como poucos no país, para cumprir dos desígnios da sua DN o PT rondoniense dificilmente recusaria tentar reeleger Fátima Cleide neste palanque. Pois!
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