Desde o início desta semana, o presidente da Idaron, Augustinho Pastore, seguiu para região central do Estado para acompanhar os trabalhos dos técnicos do órgão no combate à varíola bovina. O primeiro caso da doença foi descoberto no dia 28 de agosto no distrito de Nova Colina, próximo à cidade de Ji-Paraná (a 400 quilômetros de Porto Velho).
De acordo com ele, até agora 14 propriedades estão em investigação e recebendo a visita dos servidores da Agência de Defesa Sanitária. Outro número da doença é que 16 pessoas foram infectadas pela doença e 131 amostras de sangue de bovinos foram colhidas e enviadas para o Instituto Biológico de São Paulo.
Uma preocupação que o presidente da Idaron destacou em visita às propriedades com focos da doença, é que a descoberta da varíola bovina no rebanho rondoniense não vai trazer problemas quanto às exportações de carnes, leites e derivados.
“Precisamos tomar todas as medidas sanitárias, custe o que custar, para controlar esta doença e eliminá-la definitivamente do nosso rebanho. Para isso, contamos com a colaboração de todos os produtores do estado, principalmente os pecuaristas da região de Ouro Preto, Ji-Paraná e Jaru”, disse Pastore.
O presidente da Idaron informou ainda que se em alguma propriedade existir animais ou até mesmo pessoas com estes sintomas da doença (lesões nas mãos), a Idaron deve ser procurada o quanto antes.
“Com essas ações, o produtor vai contribuir para que mais animais e pessoas não sejam contaminadas com a doença, auxiliando inclusive que os pecuaristas não tenham mais prejuízos econômicos, uma vez que, não tratando adequadamente seus animais, a doença pode evoluir para uma mamite com consequências mais severas e irremediáveis aos animais”, apontou.
Doença
A varíola bovina caracteriza-se por lesões nos tetos e úberes das vacas (feridas que começam com pequenos pontos de eritema cutâneo e evoluem para pústulas e crostas dois a quatro dias após). Nos bezerros, são observadas lesões na boca, focinho e lábios, e adquirem estas lesões ao mamarem nas fêmeas doentes.
A transmissão aos humanos ocorre da mesma forma, após contato direto e manipulação das lesões dos animais infectados.
É importante salientar que o vírus não penetra na pele integra, causando várias feridas nas mãos, braços e antebraços, mas que são benignas. A cura ocorre geralmente entre 7 a 10 dias. Neste período as pessoas podem ter dores de cabeça, dores nas articulações, febre e linfoadenopatia (aumento dos linfonodos, o tratamento é feito a base de antibióticos).
A transmissão desta enfermidade entre os animais ocorre principalmente através das mãos contaminadas dos produtores ou equipamentos de ordenha mecânica. Por isso, é importante alguns cuidados básicos com os animais infectados, mas principalmente com as pessoas que manipulam os animais: separar os animais infectados dos demais, no qual estes sejam colocados por último na linha de ordenha; utilizar luvas emborrachadas com áreas antiderrapantes; limpar e desinfetar as luvas com soluções a base de cloro ou iodo; utilizar iodo glicerinado nas lesões de tetos e úberes e orientar estas pessoas acometidas pela doença a procurarem os postos de saúde.
Não existe vacina ou qualquer outro tipo de tratamento mais específico para a varíola bovina, somente terapia de suporte. O uso de antibióticos é recomendado para prevenir infecções secundárias nos humanos.