O corpo docente do Departamento de Jornalismo (Dejor) da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Campus de Vilhena, defende a obrigatoriedade da formação universitária específica para o exercício do jornalismo no Brasil. Acredita que a universidade é o lócus apropriado para o ensino, a crítica, o debate e a democracia da comunicação. Considera a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de acabar com a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista um retrocesso, à medida que subtrai da sociedade o direito de receber informação de qualidade e elaborada com ética, responsabilidade, técnica e conhecimento.
A defesa dos direitos da sociedade é uma das mais importantes lutas do jornalismo. A formação acadêmica como acesso à profissão é condição fundamental para se ter um profissional à altura desta complexa e específica atividade humana. A universidade, além do ecoar de saberes diversos, é o alicerce para a construção do principal papel do jornalismo: servir aos cidadãos, encontrar soluções para os seus problemas, lutar pelo bem-estar público. A universidade tem também a função de fomentar o ensino e a pesquisa na área jornalística. A constituição do campo científico da comunicação proporcionou ao País ter uma comunidade expressiva nesta área, respaldada pelo sistema nacional de ciência e tecnologia.
Os professores do Departamento de Jornalismo da Unir são favoráveis ao ensino superior de jornalismo, público e de excelência. Neste momento crucial para o jornalismo estão solidários à categoria. São partícipes da liberdade de imprensa, veracidade, direito à informação e serviço público. A ressonância do jornalismo é a sociedade. É com ela que é necessário realizar um debate amplo sobre a atividade comunicacional contemporânea, fundamental para as mediações culturais num mundo democrático. A regulamentação da profissão não compromete a democracia.
Uma nova legislação, moderna e representativa da complexidade do jornalismo, deve ser construída em local apropriado – o Congresso Nacional – a fim de garantir os direitos não apenas dos jornalistas, mas de toda a sociedade à informação de qualidade e responsável. Temos a certeza que o jornalismo ajuda a espalhar democracia pelo mundo. E deve fazê-lo de forma plena e honesta.