A lista de políticos enrolados com a Justiça - Por Valdemir Caldas

Da Redação

07 de Junho de 2009 às 10:00

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A lista de políticos enrolados com a Justiça - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O site RONDONOTICIAS divulgou a lista de parlamentares rondonienses enrolados com a Justiça. Há crime de todo tipo e para todos os gostos. O recordista é o senador Valdir Raupp (PMDB). O cardápio penal é variado. Vai desde peculato, passando por crime contra o sistema financeiro nacional, até crime praticado contra a administração em geral. Na seqüência, vêm os deputados federais Ernandes Amorim e Lindomar Garçom. E segue a relação.

A cada dia pipoca um escândalo envolvendo o desvio de recursos públicos. Inúmeras são as formas usadas para dar destinação ilegal e ilegítima ao dinheiro extraído do contribuinte, por meio de impostos, taxas e contribuições. A população parece já ficar na expectativa de que, a qualquer momento, uma nova bandalheira acontecerá.

Raupp é considerando um político de prestígio nas hostes do PMDB nacional, em cuja esfera compartilha da amizade do deputado federal Jader Barbalho (o homem que mandou construir um ranário fictício com dinheiro público), e dos senadores Romero Jucá e Renan Calheiros, todos eles também freqüentadores da cartilha penal. Chegou, inclusive, a ser o líder do partido no Senado.

No campo estadual, fala-se que Raupp comanda o PMDB com mão de ferro. Pobre de quem atrever-se a contrariá-lo, dizem as más línguas. Recorde-se a idéia da candidatura própria, defendida por Neirival Pedraça, com vistas a mais recente eleição para prefeito da capita. Pedraça acabou sendo atropelado pelo senador, que se teria empenhando pessoalmente para sacramento à união política com o PT de Roberto Sobrinho, o que lhe teria rendido alguns nacos de poder no primeiro escalão municipal, além de um punhado de cargos secundários.

Curiosamente, durante as campanhas eleitorais, alguns candidatos prometem combater sem trégua a corrupção e os desmandos praticados com dinheiro público. Uma vez eleitos, esquecem as promessas feitas à população e mergulham fundo no submundo do crime, cometendo toda sorte de patifarias. Ainda estão na memória de muitos rondonienses os escândalos do Beron e da Ceron.

Ao tempo em que as bandalheiras desnudam aos olhos da sociedade a grave crise de caráter que afeta a classe política, aqui e alhures, elas mostram, também, a necessidade imperiosa que há de se modernizar e aperfeiçoar a fiscalização da vida pública pelos organismos competentes.

Leis há. Só que elas, é claro, não operam por si mesmas, como uma máquina. Pelo contrário, a lei não prescinde da permanente vigilância dos responsáveis pela sua efetiva observância. Enquanto isso, a cada dia vai-se alargando o fosse entre as propostas moralizadoras de campanha e as ações políticas. Em nível municipal, esse buraco vem-se aprofundando com uma velocidade cavalar.

A corrupção é um câncer que está minando a sociedade. Numa época em que o sucesso e o dinheiro fácil são considerados molas mestras da vida social, os negócios públicos e privados são realizados sem qualquer consideração à moral e à dignidade humana.

Verdadeiramente, a imoralidade alcançou tamanha magnitude na vida pública que, ao contrário de antigamente, quando se procurava separar o joio do trigo, para não se cometer injustiças, hoje, fica a dúvida se ainda existe trigo dentro de tanto joio.

A fiscalização financeira vigente está obsoleta, frágil e deficiente. O peculato, a corrupção e a traficância campeiam tranquilamente pelos vários setores e organismos públicos. E o pior é que os acusadores passam à condição de acusados, numa manobra insidiosa para engambelar a opinião pública. A sociedade precisa retirar a fenda dos olhos para enxergar quem realmente tem propósitos moralizadores daqueles que buscam um mandato eletivo apenas para a satisfação de privilégios imorais.

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