Em atuação conjunta, MPF e PF desarticulam quadrilha que trazia ilegalmente chineses para o Brasil
Foto: Divulgação
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Porto Velho (RO), 22.05.2009 – Uma organização criminosa foi desbaratada hoje em Rondônia, São Paulo e Pernambuco. De acordo com investigações policiais, a quadrilha é responsável pela introdução irregular de um grande número de chineses em território nacional. A pedido do Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO) e da Polícia Federal (PF), a Justiça Federal determinou o cumprimento de 14 mandados de prisão preventiva, sendo dez em Porto Velho (RO); dois em Guajará-Mirim (RO), cidade localizada na fronteira com a Bolívia; e dois em São Paulo (SP). Outros dois mandados de prisão são contra pessoas que moram no exterior. A Polícia Federal também cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, sendo sete em Porto Velho (RO), dois em Guajará-Mirim (RO), 13 em São Paulo (SP) e dois em Recife (PE).
O MPF denunciará os suspeitos por trabalho escravo, falsidade ideológica, uso de documento falso, contrabando ou descaminho, aliciamento de trabalhadores e formação de quadrilha, além de introdução de estrangeiro clandestinos em território nacional. Estes crimes têm penalidades que variam de um a oito anos, cada. O procurador da República Heitor Alves Soares informou que “a atuação conjunta do MPF e da PF foi fundamental para o sucesso da operação”.
As investigações da Operação Da Shan tiveram início em setembro do ano passado, após várias prisões em flagrante de chineses entraram no país vindos da Bolívia e foram presos em Porto Velho, Ji-Paraná e Vilhena, em Rondônia. A partir de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, descobriu-se uma organização criminosa transnacional. Durante as investigações, alguns chineses foram presos em flagrante quando tentavam embarcar no aeroporto de Porto Velho (RO) com documentos falsos e outros na BR-364, na capital rondoniense, junto com “coiotes”, pessoas que facilitavam a entrada ilegal.
Na época, os documentos aprendidos com os chineses deram a rota do transporte clandestino: ele partiam de Fuzhou, capital de Fujian, na China, rumo a Pudong, distrito de Shangai, passavam por Amsterdã, na Holanda, depois entravam no continente americano por Guayaquil, no Equador, indo em seguida para as cidades de Lima, Arequipa e Puno, no Peru. Ao chegar às margens do lago Titicaca, os chineses entravam na Bolívia e em seguida no Brasil, por Guajará-Mirim (RO). Todos os chineses flagrados irregularmente no país tinham como destino a cidade de São Paulo (SP).
Um grupo de “coiotes” que agia em Rondônia foi identificado e apurou-se que alguns deles agiam a mando de uma paraguaia chamada Hilda Beatriz Goiri, com atuação na Bolívia e Paraguai, principalmente. Antes da Operação Da Shan, Hilda já havia sido presa em flagrante no começo deste ano, quando entrou no Brasil pela fronteira de Foz do Iguaçu (PR), transportando chineses ilegalmente.
O chinês Zhu Ming Wen, conhecido como Toni, foi identificado pela Polícia Federal como o líder da quadrilha. Ele mora em São Paulo (SP) e tem visto permanente no Brasil. Há suspeitas de que ele também atue na área do contrabando, com o transporte de mercadorias, via aérea, de São Paulo para Recife (PE).
A hierarquia da quadrilha era em quatro níveis: na base estavam os “coiotes”, que transportavam os chineses de Rondônia a São Paulo; no segundo nível existiam os gerentes dos “coiotes”, que comandavam os primeiros e eram os intermediários; no terceiro nível ficavam os articuladores internacionais, com a paraguaia Hilda; no topo estava o chinês Zhu Ming Wen, que controlava a chegada dos estrangeiros na cidade de São Paulo.
Nome da Operação
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