A Câmara Municipal de Porto Velho deu um passo concreto e decisivo na batalha pela regularização do serviço de mototáxi. Uma proposta, de autoria do vereador Jean Oliveira, subscrita por dez parlamentares, propõe a retirada do dispositivo da Lei Orgânica que proíbe a implantação dessa atividade no âmbito do município de Porto Velho.
Além de Jean, assinaram a medida os vereadores Carlos Eduardo, Ellis Regina, Mariana Carvalho, Zequinha Araújo, Pastor Delso, Jaime Gazola, Marcelo Reis, Moisés Costa, Cláudio da Padaria e Chico Caçula.
Ao justificar a sua decisão de brigar pela regulamentação da profissão de mototaxista, Ellis Regina disse que está apenas reproduzindo, na prática, aquilo que deseja parcela significativa da população, que aprova a implantação desse serviço. Muitos, inclusive, são usuários de ônibus, desde há muito cansados de esperarem até três horas numa parada para pegar uma condução.
E o pior é que há pessoas que foram eleitas para defender os interesses da população e não fazem absolutamente nada para resolver o problema. Pelo contrário, preferem lutar pela permanência do monopólio, numa clara manifestação de parasitismo, como se o povo fosse apenas um detalhe, movido por privilégios eleitoreiros e clientelistas.
O plenário, como de resto sempre tem acontecido, quando o assunto é mototáxi, estava lotado. Faltou espaço para acomodar tanta gente. No momento em que o vereador Jean Oliveira anunciou à apresentação da proposição, a platéia foi ao delírio, contrastando com o semblante de desespero dos que defendem e dependem da sobrevivência do monopólio.
E por falar em monopólio, semana passada, os vereadores Cláudio da Padaria e Ramiro Negreiros voltaram a criticar as crescentes dificuldades dos passageiros de ônibus, resultantes da redução da frota de veículos em operação na cidade.
Se depender da inércia da Secretária Municipal de Transportes e Trânsito, Fernanda Moreira, o usuário continuará convivendo com o espetáculo deprimente da superlotação, com passageiros andando mais apertados do que sardinha em lata.
Esse é o novo jeito de fazer política do petismo, que apenas revela o descaso para com a vida de cidadãos e cidadãs, trabalhadores e trabalhadoras. Essa é realidade nua e crua da insensibilidade com que o poder público municipal encara uma de suas mais precípuas obrigações.
Somente quando alguma tragédia se abater com os passageiros assim tratados pelo petismo, medidas serão tomadas por quem de direito. Igualmente, serão reproduzidas as acusações de praxe, que têm levado os menos atentos a imaginar que a responsabilidade é sempre da população, jamais de pessoas gananciosas e dos que a elas se associam, para tornar infernal a vida dos mais humildes.
Se uma tragédia acontecesse, certamente, o ônus não seria debitado na conta dos que lutam não só pela melhoria do transporte coletivo, mas, também, pela implantação do serviço alternativo, como os vereadores Jean Oliveira, Ellis Regina, Cláudio da Padaria, Marcelo Reis, Eduardo Carlos, Pastor Delso, Mariana Carvalho, Moisés Costa, dentre outros parlamentares, inclusive com assento na Assembléia Legislativa de Rondônia, além de autoridades estaduais.