O Inferno Astral do Prefeito - Valdemir Caldas

Da Redação

20 de Março de 2009 às 09:34

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O Inferno Astral do Prefeito - Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), anda numa maré de azar danada. Quando se esperava que a visita de seu “companheiro” presidente Lula trouxesse um pouco de alento à sua administração, alvo de críticas e denúncias escabrosas, eis que o Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE) decidiu dar-lhe o tiro de misericórdia, rejeitando sua prestação de contas, referente às eleições de 2008.

Além de deixar o prefeito desnorteado, a notícia colocou em xeque a competência jurídica dos “doutores” que o cercam. É provável que, neste exato momento, os juristas do PT estejam procurando um bode expiatório para tentar justificar a asneira que cometeram.

Não é preciso ser especialista em coisa nenhuma, nem freqüentar as hostis advocatícias do petismo, para saber que a abertura de conta bancária própria, em nome do candidato, é um imperativo da Lei Eleitoral. Por isso, chega a ser difícil, até, encontrar adjetivos ou substantivos para qualificar a lambança.

Para completar esse circo dos horrores, o radialista e jornalista Pinheiro de Lima, fotografou um monstrengo de concreto, construído no meio do mato, com recursos do contribuinte municipal, pelo qual a prefeitura teria pagado mais de cem mil reais, como afirmam os jornais OOBSERVADOR e RONDONIAOVIVO.

A obra (se é que se pode chamar aquilo de obra) ganhou um nome pomposo: “Portal Jerusalém da Amazônia”. Enquanto preparava este artigo, lembrei-me de uma marchinha de carnaval, interpretada pela cantora Gal Costa, que diz mais ou menos assim: “Onde está o dinheiro? O gato comeu. O gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu. O gato fugiu. E seu paradeiro, está no estrangeiro...” E por aí vai.

Verdadeiramente, as obras inacabadas tem sido o calcanhar-de-aquiles do prefeito Sobrinho. Os protestos vêm pipocando de todos os lados. Parece que, para essa regra, não há exceção. Vieira Caúla, Benedito Inocêncio da Silva, policlínica Hamilton Gondim, Mercado Central e Ipam, são algumas delas. Mas há outras.

A esperteza político-administrativa degrada e compromete a democracia, que não é somente forma de governo, mas também de vida. Hoje, temos, no município, queixas de todos os lados, especialmente no que concerne aos serviços de saúde, educação, transporte coletivo e infra-estrutura.

Lamentavelmente, a impressão que se vai consolidando no seio da sociedade nada tem em comum com a superação de seus graves problemas. Ademais, torna-se cada vez mais presente na imagem do povo um barco à deriva, condenado a não saber o caminho a seguir. E tudo com a má aplicação dos recursos gerados pelo suor dos que realmente trabalham.

Já disse, em colaborações anteriores (e repito tantas quantas vezes forem necessárias), que a maioria dos percalços enfrentados pela administração Sobrinho, decorre da inaptidão de certos auxiliares.

Em vez de se preocupar em acomodar “companheiros” despreparados em setores estratégicos da máquina burocrática, o dirigente comunal deveria cerca-se de pessoas competentes. Difícil, no entanto, tem sido conseguir fazê-lo render-se ao óbvio ululante.

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