CARROS - Citroën reformula marca e prepara nova linha de carros

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Foto: Divulgação

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Francesa aproveita a crise para renovar sua imagem no mundo.
Além de mudar a logomarca, a montadora lançará a grife 'DS'.
 
Falar sobre a crise que abala o mundo não está mais nos planos da Citroën. A marca francesa nada contra a maré da turbulência econômica e opta em reformular a imagem da marca em todo o mundo, ao invés de tentar adivinhar como será a nova cara da indústria automobilística mundial após a crise. E esta mudança está longe de ser somente uma campanha de marketing: a Citroën já mudou a logomarca e pretende lançar no ano que vem uma nova grife de automóveis, a DS.
No Brasil, quem comandará as mudanças será o novo diretor geral da Citroën do Brasil, Ivan Segal. Há três semanas no Brasil, o executivo chega ao país para substituir Jean Louis Orphelin, que passa a ocupar o cargo de diretor de comércio e importação da América Latina. Com português fluente, o francês de 38 anos e número um da empresa no Brasil expõe claramente a base de seu trabalho. “Não existe bom ou mau momento para pensar no futuro. E é quando as coisas mudam que devemos agir. Não podemos permanecer estáticos. Esta crise é a oportunidade certa para fazer diferente em um mercado cada vez mais competitivo”, afirma Segal. 
Ponto positivo para os negócios no Brasil. Ao contrário de países europeus como a Espanha, que viu as vendas de veículos despencarem 45%, o principal mercado da América Latina continua em crescimento, o que torna um ambiente confiável para lançar modelos como o C4 Picasso, o C4 Hatch e a próxima novidade da marca neste ano, o novo C5, previsto para chegar às concessionárias entre maio e junho. A ampliação da gama C é a aposta da empresa para conquistar 3% do mercado nacional. Atualmente, a marca possui 2,55% das vendas de carros no país.

De acordo com a diretora de marketing da Citroën do Brasil, Nívea Morato, a expectativa é de que o mercado brasileiro atinja a venda de 2,3 milhões de unidades. Se a Citroën atingir a meta de 3% deste volume, terá comercializado 69 mil unidades. Em 2008, a empresa vendeu 68,3 mil unidades, para um mercado total de 2,6 milhões de automóveis e comerciais leves.

“Temos como meta ampliar a rede de concessionárias para 141 lojas em 120 cidades até o fim de 2009”, observa Nívea. Também como reforço de imagem, até 2013 todas as lojas passarão por uma reforma arquitetônica, que agregará a nova assinatura da marca, “tecnologia criativa”.
Hatchs e monovolumes


Ivan Segal destaca que a empresa quer reforçar ainda mais o conceito “premium” aplicado nos produtos. O executivo acredita que esta é a fórmula de manter a marca acima das dificuldades econômicas. No caso do Brasil, o que Segal quer dizer é bem exemplificado pela crise de crédito que restringiu os financiamentos para o público com perfil de compra de modelos “populares”. A Citroën cresceu em participação, porque investiu em produtos para clientes que podem adquirir o carro à vista ou têm facilidade em obter crédito por meio das financeiras.
“A ideia não é elitizar, não gosto deste conceito de luxo. Queremos reforçar o conceito premium, de veículos bem equipados, e não vamos desenvolver carros populares”, observa Segal. Por esse motivo, a Citroën do Brasil caminha lado a lado com a matriz francesa. Na Europa, a “solução anti-crise” veio com o lançamento do monovolume C3 Picasso e, no Brasil, a resposta ao mercado veio com a reestilização do C3 Hatch.

Hoje, para comprar C3 Hatch, o consumidor terá de esperar 30 dias em lista de espera, já que a montadora não possui mais em estoque. “A falta de C3 nas lojas foi um dos reflexos negativos da crise no Brasil, que nos obrigou a parar a produção com as férias coletivas para ajustar o volume de veículos.”

O sucesso do C3 no país abre portas para a montadora projetar para o ano que vem uma nova versão do modelo. Embora a empresa não dê detalhes, ela planeja trazer o C3 Picasso, com um apelo mais “off road”. Aliás, o conceito “aventureiro” atinge em cheio o gosto do consumidor brasileiro.
 
A família DS ampliará o mix de produtos da Citroën e não substituirá a linha “C”. Os modelos partirão do carro conceito DS Inside, apresentado em fevereiro em Paris e que, agora, é exibido no Salão de Genebra. Da mesma plataforma sairão os modelos DS 3, DS 4 e DS 5. O primeiro deles a ser lançado será o DS 3, que chegará ao mercado europeu em 2010. No Brasil, paira a dúvida se haverá apelo comercial suficiente para ser vendido aqui.

“Vai depender muito do câmbio, entre outros fatores”, ressalta Ivan Segal. Para o brasileiro que adora novidades e viu na declaração de Segal um banho de água fria, por enquanto, terá de se contentar com a ampliação da gama C.

Afinal, é a grande aposta da marca no país e é o motivo que leva o novo diretor geral arregaçar as mangas em cada concessionária que entra. Para ele, prestígio se ganha no contado direto com o cliente e não somente no lustro do novo "double chevron" - a logomarca da empresa que ganhou visual tridimensional e linhas mais arredondadas.
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