Há um rastro de denúncias em torno da administração do prefeito Roberto Sobrinho. No meio do nevoeiro, aparecem dois dos mais íntimos amigos do dirigente comunal: os secretários municipais Joelcimar Sampaio (administração) e Epifania Barbosa (Educação).
Não parece ser essa a primeira vez em que auxiliares de proa do governo Sobrinho são apanhados com as cuecas no meio das canelas. No passado, ações eventualmente cometidas pelo enfermeiro e ex-secretário municipal de saúde, Sid Orleans, concorreram para aguçar os discursos de opositores, inclusive aliados.
Na época, chegou-se a dizer de que enorme soma de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) teria sido usada, indevidamente, para pagamento de diárias. O secretário foi convocado pela Câmara para tentar explicar o imbróglio. Ao final da reunião, deixou o plenário com a credibilidade carbonizada. Nem os vereadores petistas acreditaram na versão de Orleans.
Hoje, o caso das diárias parece uma gota d’água no oceano de acusações contra pessoas que deveriam ter o mínimo recato. Pelo contrário, entregam-se elas a alegações de ordem formal que em nada servem para limpar-lhes a imagem ou prover a defesa perante os tribunais.
Se, ontem, era o titular da saúde que colocava sua criatividade para funcionar – só que, contrariamente ao exigível, seu talento criativo passava ao largo dos problemas de saúde do município, para concentrar no possível pagamento indevido de diárias, com recursos do SUS -, hoje, o secretário municipal de administração é acusado, por um grupo de procuradores do município de Porto Velho, de contratar uma empresa, para prestar serviço à municipalidade, sem licitação.
Na outra ponta, às tontas, aparece à secretária municipal de educação, Epifania Barbosa, tentando esclarecer o sumiço de uma camionete de luxo. O assunto já teria chegado ao conhecimento do Ministério Público, redundando, assim, em uma ação por improbidade administrativa.
É imperioso, contudo, que a população portovelhense receba uma satisfação do prefeito Roberto Sobrinho. Lamentavelmente, o chefe da comuna não se tem revelado interessado no esclarecimento de tudo de quanto se tem acusado seus dois amigos e colaboradores, preferindo jogar para as arquibancadas.
A esperança, porém, é a de que o Ministério Público e o Poder Judiciário possam reverter esse quadro, porque a casa está em chamas e, quando ela arde, alguém precisa debelar o fogo, antes que ele atinja todas as suas dependências.
Na Câmara, mesmo à surdina, já há quem defenda a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar não somente a celebração do contrato, mas, principalmente, o sumiço (?) da Hilux.