João de Araújo Padilha Filho, 24, dependente químico, matou a tia viúva, Raimunda Gomes de Araújo, 85, com quem ele estava morando há cerca de dois meses.
O crime chocou os familiares e deixou os delegados da DGH (Delegacia-Geral de Homicídios) perplexos com o caso. O fato ocorreu na madrugada de quarta-feira (15), na casa da vítima, na rua Terêncio Lima, no Centro. Ontem pela manhã o acusado foi preso.
Raimunda foi encontrada caída dentro do quarto por outro familiar e ainda chegou a ser levada ao Pronto Socorro Francisco Elesbão, mas não resistiu ao trauma craniano. No IML (Instituto de Medicina Legal), o exame cadavérico constatou trauma contuso, além de suspeita de estrangulamento. Devido a esse fato gerou-se uma desconfiança dos familiares e surgiu o nome de João como suspeito do crime. O caso passou a ser investigado pela DGH (Delegacia-Geral de Homicídios).
Segundo infor~mações de um parente da vítima, horas antes do crime, João teria bebido com algumas pessoas e comentou que ao chegar na casa da tia ia lhe pedir dinheiro e, caso ela negasse, a mataria. Essa mesma informação chegou a ser confirmada por uma autoridade policial, que acrescentou o fato de que o acusado além de ingerir bebida alcoólica teria cheirado solvente de tinta. Outra informação recebida de familiares e confirmada pela polícia diz respeito ao dinheiro que a vítima tinha em casa, cerca de R$ 1,7 mil, que desapareceu.
João também desapareceu e sequer compareceu ao velório e ao enterro da tia, o que reforçou a suspeita. O delegado solicitou a prisão temporária dele, que foi concedida ontem. De posse do mandado de prisão, a equipe da DGH saiu em busca do acusado e o localizou na casa do pai.
João foi preso e levado para a delegacia, onde foi interrogado e confessou o crime. Ontem à noite foi entregue na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde deve ficar à disposição da Justiça.
VÍCIO
Ontem pela manhã, na delegacia, o pai do acusado, contou o quanto já sofreu com o filho por ser dependente químico. Informou que João já foi internado em clínica especializada fora do Estado e voltou para o convívio da família bem melhor, no entanto, deveria continuar o tratamento, mas Roraima não dispõe de local especializado para esse tipo de tratamento.
A família já havia gastado tudo o que podia para mantê-lo em outro Estado. “É necessário que haja uma ação política visando esse tipo de problema, que afeta muitas famílias desse Estado”, cobrou o pai.