Muitas vezes já se ouviu dizer da infelicidade de uma nação que trata mal seus velhos.
Aqui e acolá, candidatos e políticos furta-cores afirmam que é preciso resgatar o enorme crédito de que se fazem merecedores os velhos, como responsáveis pelos avanços registrados nas mais diversas áreas da sociedade.
Do esforço e da experiência dos velhos resultaram o acúmulo de riquezas e a superação de muitos males que, no passado, vitimaram a todos, indistintamente – velhos e jovens, pobres e ricos, pretos e brancos.
A sociedade que se preza reverencia seus idosos, proporcionando-lhes condições de bem desfrutar o merecido ócio.
Mas não parece ser está a preocupação de certos políticos, dirigentes públicos e presidentes de instituições.
Há exceções. Pouquíssimas, mas há. Prova disso é a Promotoria de Justiça Casa e Cidadania, órgão do Ministério Público do Estado de Rondônia, comandada pelo Promotor de Justiça Ivanildo de Oliveira, cuja atuação merece os melhores encômios.
Nesse diapasão, deve-se destacar, até por uma questão de justiça, o trabalho altissonante, desenvolvimento pelo vereador Paulo da Condor (PSDC), em defesa dos direitos desse importante segmento da população.
Tomem-se, como exemplo, duas proposições, de autoria do eminente parlamentar, aprovadas, recentemente, pela Câmara Municipal de Porto Velho.
A primeira, uma Emenda à Lei Orgânica, subscrita por um terço dos vereadores, como estabelece o Regimento Interno, assegura o transporte coletivo gratuito às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos.
A segunda, um Projeto de Decreto Legislativo, cria, no âmbito das Comissões Permanentes da Casa, a Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa.
A próxima tarefa de Condor é lutar pela instalação, na capital, de uma delegacia para atender, exclusivamente, às pessoas idosas. Proposta, neste sentido, já foi, inclusive, encaminhada ao governador Ivo Cassol.
É triste admitir, mas os nossos velhos não estão recebendo o respeito que todos nós lhes devemos.
No governo Fernando Henrique, o látego lhes correu solto nos costados. Direitos previdenciários, conquistados, a duras penas, foram retirados, abruptamente.
Na administração do petista Lula da Silva, assistimos a um achatamento brutal nos proventos dos aposentados e pensionistas.
No Ipam, enquanto os servidores ativos contribuem com sete por cento para a Assistência Médica, os aposentados pagam dez por cento. E mais: se receber uma aposentadoria de um salário mínimo, não pode figurar como dependente do segurado, mesmo contribuindo.
A promessa de uma ação coordenada, visando dar à Previdência uma melhor administração, evitando, assim, o desperdício e a corrupção, dentre outras mazelas, esvaiu-se, como fumaça.
No fundo, os discursos são semelhantes, ontem e hoje. Os políticos, com as devidos exceções, insistem em tratar os idosos como lixo.