Vilhena - O ex-prefeito Melki Donadon (PMDB), coordenador geral da prefeitura de Vilhena,
disse que o governador Ivo Cassol ainda não assumiu o governo para o qual foi eleito.
Segundo ele, o governador quer se eximir de suas responsabilidades com a desculpa de que
nada tem a ver com os cortes de incentivos às 176 indústrias de Rondônia, principais
geradores de riquezas no Estado, que poderão fechar as portas se nada for feito. “Ele tem
responsabilidade sim, ele é o governador e têm mecanismos para reverter a situação em
favor do Estado, basta ter vontade política, vontade de fazer e compromisso com
Rondônia”, disse Melki.
Na terça-feira o governador usou sua emissora de rádio em Vilhena (Rádio Planalto) para
atacar Melki e o empresário Mário Gazin,que lideraram um movimento de protesto contra o
corte de incentivos fiscais para as indústrias no Estado. Para Cassol, Melki e Gazin
estariam enganando o povo dizendo que a responsabilidade é do governo. Melki rebateu
dizendo que quem está enganando o povo é o governador que fez compromisso com as
empresas, elas investiram e agora ele quer cair fora e culpar o Conselho Fazendário
(Confaz) pelo corte dos incentivos. “O governador tem que honrar seu compromisso com as
indústrias e os milhares de empregados que esperam dele uma atitude positiva de um Chefe
de Estado. Porém, sempre que confrontado com um problema, o que ele faz e atacar quem
cobra dele uma posição”. Melki lembrou que o município fez a sua parte abrindo mão do
ICMS para privilegiar a criação de postos de trabalho, o que o governo está fugindo de
fazer. “Faço um apelo para que ele exerça seu papel de governador e governe o Estado como
uma unidade da federação e não como uma prefeitura”.
O ex-prefeito lembrou que o governador Cassol não tem programas sociais que atenda
crianças e adolescentes, gestantes, famílias carentes e idosos nos 52 municípios, não tem
um metro de asfalto nos municípios, e nem um leito de UTI em hospitais públicos. Ele
desafiou no governador a implantar até o final do ano no HR de Vilhena sete leitos de UTI
para adultos e quatro UTI neonatal. “Se ele fizer isso eu caminho a pé de Pimenta Bueno a
Vilhena em homenagem ao seu gesto”, disse Melki. No ano passado Melki desafiou o
governador a entregar o asfalto da RO 391 (BR-364 a Chupinguaia) até final do ano que ele
caminharia o trecho de 45 km a pé. Até hoje o governador não terminou a obra, embora
tenha dito que faria o ex-prefeito de Vilhena caminhar o trecho a pé. “Ele governa muito
é com a língua”, disse. “Precisa ser mais humilde e encarar os problemas para
resolvê-los, ao invés de atacar quem os denunciam, só assim passará para a história como
um grande governador, ao invés de um grande tirano”.
Entre junho e julho o governador esteve quatro vezes em Vilhena, para onde não trouxe um
comprimido de melhoral sequer, embora tenha gastado fortunas com aeronaves e seu staff.
“Se cada vez que veio nesse período tivesse trazido um comprimido de remédio para o HR
hoje poderíamos dizer que o governador ajudou a saúde com quatro comprimidos de remédios,
mas, nem isso fez”, encerrou o ex-prefeito.