A madrugada e as primeiras horas ao desta quinta-feira foram geladas em grande parte do Brasil. Em Rondônia, o recorde de frio dos últimos anos em mês de julho não foi batido, porém, quem mora em Vilhena acordou batendo o queixo.
O vilhenense acordou hoje pensando estar sob efeito do frio em terras no Sul do Brasil. Os dados do sexto fenômeno da friagem de 2007 surpreenderam até mesmo muitos meteorologistas que, com base em dados dos modelos numéricos, não acreditavam na potência dessa onda polar em latitudes menores. Esfriou além do previsto e imaginado por muito modelo computadorizado.
Logo na noite de ontem, quando o relógio marcava 20 horas, a temperatura na cidade mais fria da Região Norte do Brasil já indicava o que a madrugada iria proporcionar. Os dados do aeroporto registraram apenas 15°C de temperatura, mas o vento proporcionou uma maior sensação de frio de quase 10°C. Segue abaixo a plotagem do aeroporto Brigadeiro Camarão em Vilhena:
Indicador de Localidade: SBVH
Data: 12 de Julho de 2007.
Hora: 00:00 (UTC).
Temperatura: 15ºC
Vento (Norte Geográfico):
Direção: 220º
Velocidade em KT (nós): 08
Velocidade em km/h: 14,82
Visibilidade Horizontal Predominante: Igual ou acima de 10000 metros
Condições Gerais do Tempo: Céu sem restrições operacionais para aviação.
Três horas depois, a plotagem indicava uma queda de dois graus nos termômetros marcando apenas 13°C, como mostram os dados:
Indicador de Localidade: SBVH
Data: 12 de Julho de 2007.
Hora: 03:00 (UTC).
Temperatura: 13ºC
Vento (Norte Geográfico):
Direção: 200º
Velocidade em KT (nós): 06
Velocidade em km/h: 11,11
Visibilidade Horizontal Predominante: Igual ou acima de 10000 metros
Condições Gerais do Tempo: Céu com nuvens esparsas.
Nas ruas da cidade, muitas pessoas andavam abarrotadas com roupas mais pesadas. Se bem que quem reside em Vilhena trás consigo o traje sulino. Muita gente, diga-se de passagem, os mais abusados estava com touca e o famoso ponche gaúcho no corpo andando pelas avenidas da cidade. Em menos de 48 horas de frio no sul do Estado, a economia de energia elétrica chegou a mais de 40%, segundo a CERON (Centrais Elétricas de Rondônia), isso em virtude dos montantes de aparelhos de ar-condicionado que estiveram desligados durante todo o dia. Ainda porque a friagem entrou seca. Se houvesse umidade suficiente para a formação de nuvens, a sensação nas pessoas e não nos termômetros seria de muito mais frio.
A queda de temperatura foi perceptível em outras cidades tradicionalmente mais quentes, como Cacoal, Rolim de Moura e Ji-Paraná. O ar gelado da noite aliado aos ventos fortes tirou muita gente acostumada a tomar a “fresca” da noite nas praças da cidade. Durante a madrugada fez frio atípico em solo jiparanaense, apenas 13°C de mínima.
Em Vilhena, o dia começou com frio de deixar qualquer um na cama. Mesmo sendo mais “acostumados” com as temperaturas baixas do que o restante da população de Rondônia, os vilhenenses viram os termômetros marcarem apenas 11°C às 06h20min (Hora local) no aeroporto da cidade, como confirma o código de plotagem:
Indicador de Localidade: SBVH
Data: 12 de Julho de 2007.
Hora: 10:10 (UTC).
Temperatura: 11ºC
Vento (Norte Geográfico):
Direção: 120º
Velocidade em KT (nós): 04
Velocidade em km/h: 07,41
Visibilidade Horizontal Predominante: Igual ou acima de 10000 metros
Condições Gerais do Tempo: Céu sem restrições operacionais para aviação.
Frio mais intenso, por estar em maior altitude e mais próxima da calha do rio Guaporé, a estação da EMBRAPA/Soja colheu apenas 10,7°C de mínima.
Esse valor tão baixo de temperatura durante o mês de julho, só não é menor do que o da intensa friagem registrada no dia 19 de julho de 2005. Na ocasião, o recorde de frio em solo rondoniense - também pertencente à cidade de Vilhena - foi apenas 08,7°C, no aeroporto local. Essa é a menor temperatura mínima registrada na cidade em mês de julho desde 2000, também fazendo uma comparação com os dados da EMBRAPA/Soja. Em 10 de maio desse ano, a cidade registrou apenas 09°C no aeroporto local e 09,5°C na estação do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
Nos próximos dias, a previsão do CPTEC/INPE (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) do (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indica um ligeiro aumento nas temperaturas mínimas em Rondônia. Já as máximas pouco se alteram prevalecendo o calor da tarde. Quanto mais pulsos frios entram no Estado, mais seco fica o ar na atmosfera. A longa estiagem deve ser agravada nas próximas semanas e a chuva não deve cair tão logo, principalmente no Cone Sul, que sofre com uma estiagem de quase 100 dias.
Dados: CPTEC/INPE – REDEMET – SIVAM – INMET – EMBRAPA/Soja - CERON