Informações dão conta de que médicos da clínica dermatológica OLSI, localizada na avenida Cel. Jorge Teixeira de Oliveira, teriam deixado de atender os segurados do Ipam por falta de pagamento.
Já perdemos o Hospital Nove de Julho. Depois, a Unimed. Agora, a OLSI teria abandonado o barco. Qual será o próximo a deixar o segurado do Ipam na mão?
No torvelinho de incompetência, que arrasta o Ipam ladeira abaixo, logo seus segurados (e dependentes) serão obrigados a procurar atendimento médico-hospitalar na rede pública.
Na manhã de sexta-feira, fui ao Ipam retirar uma Guia de Consulta. O que ouvi de uma experiente servidora do instituto deixou-me estarrecido.
Segunda ela, há fortes indícios de que a prefeitura não estaria repassando, corretamente, à instituição, os valores relativos às contribuições (previdência e assistência), descontados, mensalmente, dos segurados.
De acordo com a funcionária, a prática não seria de hoje, o que estaria concorrendo para comprometer as finanças do órgão. Para ela, se a sangria não for estancada, logo, num futuro próximo, os segurados do Ipam, seus legítimos donos, serão cruelmente penalizados.
Manda o mais comezinho princípio de justiça, que se procure resolver, primeiro, os problemas que nos afetam, antes que condutas demagógicas tenham lugar.
Como concorrer para que o segurado do Ipam sofra menos, quando seus dirigentes são incapazes de resolver problemas simples, como, por exemplo, a contratação de alergologistas (médico especializado em alergias), uma vez que só há um profissional para atender cerca de oito mil segurados.
Em vez de se preocupar em reformar o prédio do instituto, o presidente do Ipam deveria fazer chegar aos seus beneficiários serviços de qualidade de que tanto precisam e pelos quais pagam, mensalmente, usando-os ou não.
Mais uma vez, repito que não se trata de ser contra quem quer que seja, mas é preciso que as coisas sejam feitas com responsabilidade e prudência, até porque, no final, quem paga a conta é o segurado.
Enquanto o prefeito não se convencer de que a manutenção de seu cunhado à frente da presidência do Ipam só concorre para reduzir ainda mais a credibilidade da instituição e, de quebra, comprometer a sua imagem perante a opinião pública, o segurado vai precisar munir-se da paciência de um monge tibetano para agüentar da incúria.
O prefeito não pode perder de vista a realidade por que passa o Ipam, sob pena de ser acusado, amanhã, de conivente com decisões que em nada contribuíram para a melhoria dos serviços prestados pelo instituto aos seus segurados e dependentes. Pelo contrário, só ajudaram a agravar o atual quadro de dificuldades.
É triste admitir, mas a impressão que se tem é a de que o Ipam está com seus dias contados. Logo, segurados passarão em frente ao prédio da instituição e dirão: “aqui, jaz o Ipam”, à semelhança do que provavelmente dizem servidores do estado, aos passarem em frente ao prédio do falido Iperon.