Um ano e três meses depois de um crime que chocou a população de Boa Vista, sobretudo os moradores do bairro Raiar do Sol, um dos acusados vai a julgamento. O office-boy Jamilson Antonio de Oliveira, 20, apelidado de Tuxa, foi preso em flagrante depois de estuprar e matar uma criança de 11 anos. Ele está recolhido no presídio à disposição da Justiça.
A menina Mariney Dantas da Silva foi estuprada, assassinada e enterrada em uma cova rasa num buritizal atrás de uma casa abandonada. O Tribunal do Júri Popular se reúne a partir das 8 horas de hoje para julgar o acusado.
Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, no dia 05 de março do ano passado, Tuxa e outros dois elementos - Edvan José Felicidade, 39, o Coca, que acabou morto depois de ser linchado pelos moradores e o adolescente R.M., vulgo Pequeno - mataram Mariney. Depois os três acusados ainda mantiveram relação sexual com o cadáver da vítima. Ao ser apreendido, o adolescente (que é tio da criança) confessou sua participação no crime e informou do envolvimento de Tuxa e Coca.
A investigação apontou que o adolescente foi o mentor do crime por ter sido descoberto pela mãe da menina que ela não era mais virgem. O tio temia que a criança contasse que ele foi quem tirou a virgindade dela e abusava sexualmente desde que a menina tinha 9 anos.
Mariney foi atraída pelo tio quando voltava para a casa de sua mãe depois de deixar o irmão menor na escola. Levada para a casa abandonada, lá já se encontravam Tuxa e Coca. Coca agarrou a criança para estuprá-la, porém ela se soltou e tentou fugir, ocasião em que o tio lhe deu uma facada nas costas. Quando a garota caiu, Coca ainda a agrediu com pedradas na cabeça. Quando ela já estava morta, os três então passaram a manter relação sexual com o cadáver. Eles cavaram um buraco raso no buritizal e enterram o corpo da criança.
Em seu interrogatório, Jamilson Tuxa contou que foi procurado por Edvan Coca, que por sua vez disse que ia matar uma garota e ofereceu dinheiro para que ficasse vigiando o local. Afirmou que não sabia que a vítima era Mariney. Disse que a conhecia e freqüentava sua casa.
Afirmou ainda que foi junto com os outros dois acusados para a construção abandonada, onde já existiam no local luvas, uma pá e uma enxada que seriam usadas no crime. Por volta das 10 horas da manhã a criança foi seqüestrada, morta, estuprada e enterrada.