POLÍTICA & MURUPI: Por Léo Ladeia

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Foto: Divulgação

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FRASE DO DIA
"O combate à corrupção tem de ser filme e permanente, não histriônico." – Everardo Maciel, ex secretário da receita federal de 1995 a 2002
Pauta política de 01 a 10
01-Olhando para trás: Outra vez plenário vazio em função de um outro polêmico projeto do deputado Amauri Santos. Dessa vez, a retirada estratégica para negar o quorum foi feita pelo deputado Chico Paraíba. É natural que as batalhas políticas ocorram mesmo no plenário, mas quem conhece o processo legislativo sabe que os acordos que antecedem as votações visam evitar o constrangimento que ocorreu nesses dois dias. Todo fato tem várias leituras. E uma delas supõe a existência de uma linha de atuação bem definida, do tipo: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Ou até que a água acabe. 02-Quem mexeu no meu queijo? A base do governo na ALE anda às turras. Desentendimentos ocorrem é verdade mas a crítica gratuita é sinal de que algo não vai bem. Se à crítica se junta uma inconfidência pior. Miguel Sena pegou carona num discurso de um colega, desancou o médico Amado Rahal, que faz um trabalho digno de registro no HB e revelou que já fez queixa do médico ao governador. Sena ex-Secretário da Saúde deve estar saudoso da pasta ou tem planos políticos e quer podar as asas do Amado. Elegância no trato nunca foi o forte do deputado, mas o que terá feito Amado a Sena para receber a patada? 03-Senador pela metade: De repente o senador suplente Sibá Machado foi escalado para uma tarefa difícil. Será o presidente do Conselho de Ética do Senado que terá a responsabilidade de decidir sobre o destino do todo poderoso e todo enrolado Renan Calheiros. Até aqui morreu Neves. Pedro Simon, 25 anos de Senado e uma voz sempre ouvida nos momentos de crise, questionou: "O senador Sibá, se amanhã resolver tomar alguma atitude que o presidente Lula não goste, a ministra Marina Silva volta e ele não é mais presidente do conselho". Tradução um suplente é só a metade de um senador. Sem voto, sem futuro e sem credibilidade. 04-Negócio por conta própria: O sonho do brasileiro típico é ter seu próprio negócio. Nada de patrão. Ele faz seu salário se trabalhar bem. Ter o próprio negócio é assumir riscos, ganhar pouco e reinvestir. Ser político é ter também um negócio. Venda da emenda, de voto, de assinatura, venda nos olhos para não ver os erros, e tudo sem qualquer risco. Verba para pagar os servidores e sobram alguns. Despesas, notas frias e sobram outros. Mas é no que seria o pro-labore que está o filé. Ontem a casta se deu um aumento de 28,5%, pulando para R$16 mil por mês. É o que o Renan precisa para manter a jornalista e a filha, sem mexer nos boizinhos. 05-Razões que a razão desconhece: Qual a razão do alto salário de um congressista? Talvez para desestimular a corrupção ou, por ser função qualificada que exige anos de estudo ou, pela demanda, mas não é só isso. Onde mais ocorreria um fato desses: o Senado aprovou um apelo para que Hugo Chavez reabra a RCTV. Só no Senado e após muita discussão. Mas é o senador Wellington Salgado que fala de razões intangíveis: “Não sei se alguém aqui conhece aquele preá de quermesse, que você solta e vê onde ele vai entrar. Eu fico igual a preá de quermesse, entro numa sala, saio, entro em outra. Se trabalha muito nesta Casa”. Comovente. 07-Ei Al Capone, vê se te emenda: O Leão da Receita vai escarafunchar a vida de mais de 60 bondosas figuras cujos nomes surgiram na Operação Navalha. No rolo estão Renan Calheiros, Silas Rondeau e os governadores, Jackson Lago e Teotônio Vilela. Outros 25 espertos da Operação Furacão já estavam recebendo o tratamento de exame com lupa. O Leão segue duas pistas para pegar os ladinos: cotejo do patrimônio e renda a partir da declaração e movimento bancário a partir da CPMF. Enquanto os espertinhos continuam utilizando métodos do tempo de Al Capone, o Leão está na era digital. Aí é moleza. 08-O último a sair apaga a luz: O STF editou as três primeiras súmulas vinculantes, sínteses do pensamento que será seguido pelas instâncias inferiores sem discussão e uma era a mais esperada. A súmula Nº 2 torna inconstitucionais as leis estaduais autorizando jogos de azar, como bingos. Para o STF, só a União pode legislar a respeito. Rondônia tem uma empresa só para cuidar do assunto. Com a súmula espera-se o fechamento imediato da Lotoro, por absoluta falta do que fazer, a menos que mude o nome para Instituto Madre Tereza de Calcutá e passe a funcionar como cabide de parentes e apadrinhados gerando uma boquinha pros amigos. 09-Dando rasteira em cobra: O afastamento do diretor-executivo da PF, Zulmar Pimentel, por ordem do STJ, abriu uma crise na instituição. Ontem, uma reunião do diretor-geral, Paulo Lacerda, com Pimentel, o diretor de Inteligência e superintendentes regionais terminou em troca de insultos. Houve ameaça de retaliação contra os delegados que estão à frente da Operação Navalha. Ã PF em termos de operações vive o seu melhor momento apesar das turbulências. A grita geral contra sua atuação tanto pode desmotivar como criar condições para sua autonomia, que o sonho da corporação, desde que haja controle externo, ou ela se perde em si mesma. 10-Dignos de pena: Três meses antes de serem degolados pela Operação Navalha da Polícia Federal, o então ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e o seu assessor Ivo Costa foram alvos de investigação da Abin, Agência de Inteligência do Governo. Arapongas descobriram que as movimentações bancárias dos dois estavam acima dos rendimentos declarados à Receita. Transações imobiliárias também levantaram suspeitas. E o presidente Lula preocupado com a possibilidade do Silas não ter dinheiro para pagar o advogado... PVH 31/05/07 Contato: leoladeia@hotmail.com
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