Apesar das enchentes, dos temporais e outros transtornos ocasionados pelas chuvas, o saldo final no índice pluviométrico ficou bastante abaixo da média na maioria dos municípios rondonienses. Apenas na região de Abunã e Porto Velho a chuva foi mais uniforme.
Como parte do calendário climatológico amazônico, o mês de abril é marcado pela drástica redução das chuvas na porção sul-amazônica. Em Rondônia, ainda na primeira quinzena do mês, temporais intensos e localizados foram registrados em muitas cidades, com a elevação substancial de diversos rios como o Madeira, Mamoré, Guaporé e Machado, mas sem grandes desastres.
As precipitações observadas e comparadas com anos anteriores ficaram bem abaixo da média mensal esperada para abril, como no caso de Ji-Paraná que registrou apenas 56,2 milímetros de chuva, quando a média varia entre 200 e 250 mm.
Em Porto Velho, mesmo com os temporais que sempre causam alagamentos em diversos bairros, o total acumulado em abril foi de 199,0 mm, segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), cujo posto coletor se encontra na Embrapa local. (vide link).
O ano de 2007 entra para a história das medições feitas em Rondônia, como o ano mais seco de todos os tempos. Parece que não, mas analisando os dados mais profundamente, não levando em consideração os meros registros feitos pelos institutos e centros de pesquisas locais, com dados embasados em imagens de satélite e modelos hidroestimadores que possuem ampla margem de erros. Se compararmos a realidade, na confiança das leituras feitas por entidades locais, e na própria visão nítida da população, o primeiro quadrimestre de 2007 já é o mais seco de que se tem registro no Estado de Rondônia, prova maior não tem, dos reflexos do aquecimento global, e com a destruição cada vez mais incontrolável das áreas públicas de preservação ambiental, as previsões hoje apocalípticas de um futuro de savana na Amazônia, podem ser encurtadas em longos anos.