Mário Calixto é denunciado pelo MPF por tráfico de influência e formação de quadrilha
Segundo o MPF, Mário Calixto foi supostamente usado pelo empresário capixaba na tentativa de conseguir da Sefin de Rondônia a renovação da isenção tributária da TAG
O ex-senador Mario Calixto Filho (PMDB-RO) foi denunciado pela Procuradoria da República no Estado do Espírito Santo (PR-ES) pelo crime de tráfico de influência e formação de quadrilha. Também foram denunciados o empresário capixaba Adriano Scopel, dono da Tag Importação e Exportação de Veículos, e mais três acusados: Sebastião Lourenço, que intermediou o encontro deles, e os empregados da Tag Guilar de Jesus Bourguignon e Ronaldo Benevidio dos Santos.
Segundo os procuradores, Calixto Filho foi supostamente usado pelo empresário capixaba na tentativa de conseguir da Secretaria de Estado de Finanças (Sefin) de Rondônia a renovação da isenção tributária que a Tag Importação e Exportação detinha naquele Estado. O ex-senador do PMDB de Rondônia teria recebido R$ 200 mil, mas não resolveu a questão, "obrigando" Scopel a recorrer ao filho do governador Ivo Cassol (sem partido) Ivo Júnior Cassol para manter o beneficio a favor da empresa. Ivo Cassol, Júnior Cassol e um sobrinho deverão ser alvo de outra denúncia da PE-ES.
O juiz Pablo Coelho Gomes, da 1ª Vara Criminal Federal de Vitória recebeu a denúncia pelos crimes de concussão, corrupção e lavagem de dinheiro contra oito dos envolvidos na Operação Titanic, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Procuradoria no dia 7 para desbaratar uma quadrilha que importava carros de alto luxo subfaturados.
Ao recebê-la, Gomes decretou também a prisão preventiva (por 30 dias) do auditor fiscal da Receita Federal lotado em Rondônia Edcarlos Tibúrcio Pinheiro, um dos denunciados. Segundo os procuradores, Pinheiro ganhava propina do bando comandado pelo empresário do Espírito Santo para não autuar a Tag nas fiscalizações feitas em nome da Receita.
Afastamento
Em outro ato, depois de negar as prisões preventivas do auditor fiscal da Receita Federal Max Pimentel de Almeida Marçal, do Espírito Santo, e do fiscal Charle Henrique Porto Santos, da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o juiz determinou o afastamento deles e de Pinheiro das funções por 60 dias. Gomes admitiu ainda que estes afastamentos podem ser prorrogados pelas autoridades administrativas.