O secretário da dengue - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Anuncia-se a exoneração do secretário municipal da dengue, Sid Orleans. A decapitação não passará de abril. O cadafalso já está pronto, a espera do carrasco. A permanência de Orleans tornou-se insustentável. Sobrinho anda com a paciência saturada (imagine a população!) com as lambanças do companheiro enfermeiro. O Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos do Pessoal da Saúde, que Orleans prometeu colocar em prática, antes de deixar o posto, permanece engavetado na Procuradoria Geral do Município. E de lá não vai sair nem tão cedo. Pelo menos foi o que garantiu um vereador, após conversar com o prefeito. Sid caiu em desgraça com os seus comandados. Prometeu o que não estava ao seu alcance. Agora, vive fugindo dos servidores, como o Diabo da cruz. Só vai ao gabinete esporadicamente. E ainda tem a coragem de dizer que pretende disputar uma cadeira de vereador da capital. De nada adiantaram as manifestações raivosas e as lagrimas que Orleans ameaçou derramar, quando inquirido por parlamentares, no plenário da Câmara, convocado que foi por força de um requerimento apresentado pelo vereador Mário Jorge, para tentar esclarecer os alarmantes índices de dengue e malária que assolam a cidade O próprio Ministério Público resolveu entrar na briga contra as endemias, no estrito cumprimento de suas prerrogativas constitucionais. Até a semana passada, porém, a impressão que se tinha era a de que Orleans permaneceria com a cabeça grudada ao pescoço. Cairiam apenas os titulares das secretárias municipais de Obras, Trânsito e o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano (a esquálida EMDUR). Mas o panorama mudou. Aventou-se, inclusive, a possibilidade de Orleans ocupar um cargo na segunda divisão da administração municipal. Normalmente, tem sido assim, quando a presença de um auxiliar mostra mais riscos que vantagens ao governo. Lamentavelmente, enquanto significativas parcelas da população sofrem de dengue, malária, cólera, hepatite, doença de Chagas e outras enfermidades típicas de países do último dos mundos, autoridades utilizam os recursos que deveriam enfrentar esses (e outros) problemas com propaganda enganosa. Quando foi à Câmara, Orleans não conseguiu esclarecer aos vereadores o que a SEMUSA vem fazendo com a dinheirama que recebe do governo federal para investir no trabalho de borrifação (fumacê), serviço esse antes realizado, com competência, pela FUNASA. Curiosamente, muitos petistas ainda encontram motivos para defender a permanência de Orleans na cadeira da saúde. Mas a maioria quer, mesmo, é vê-lo pelas costas, o quanto antes, já que ele se tem relevado incapaz de resolver problemas miúdos, como o PCCS dos servidores.
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