*Hoje, e somente hoje, as mulheres estão sendo homenageadas com flores, festas, cartões e lembranças. Mas, de que adianta passar o dia comemorando esta data, se o restante do ano, não se tem o que merece?
*De que adianta receber flores se no dia a dia a vida da mulher brasileira é um emaranhado de espinhos. Preconceito, violência, desrespeito aos direitos à saúde, reprodutivos e até individuais.
*Não é possível se contentar com uma data criada para lembrar de uma tragédia norte-americana, se no Brasil, até hoje, mulheres morrem de fome, sede e de dezenas de doenças que poderiam ser evitadas.
*Por que lembrar de operárias norte-americanas, se nossas operárias vivem o dia a dia de humilhações nos corredores de fábricas, que hoje lhes oferecem flores, mas não um salário digno e compatível com o dos homens?
*Não queremos flores entregues para encobrir a hipocrisia da sociedade em dizer que não existe preconceito de raça, etnia, credo e sexual contra as mulheres.
*Não precisamos de festas que apenas mascaram o lado obscuro da vida da mulher. Hoje, muitas estarão comemorando e recebendo flores, presentes, mas sabendo que ao voltar para casa serão espancadas por um ‘monstro’ violento que a lei não atinge.
*Comemorar? Podemos comemorar nossas vitórias individuais, nossas lutas, nossos apelos ouvidos, mas falta muito, muito mesmo para que este 8 de março seja um dia de festa realmente.
*Enquanto houver uma mulher passando fome, morrendo sem atendimento médico, sendo espancada, vítima de estupro e de tantos outros crimes, não podemos nos calar e muito menos comemorar com alegria esta data.
*Ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançarmos uma sociedade realmente justa e igualitária, como sonharam aquelas operárias norte-americanas, e como sonham tantas outras mulheres no mundo.
*Contudo, a força da mulher move este mundo e será através desta força que conseguiremos mudá-lo para, aí sim, dizer feliz Dia Internacional da Mulher.
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