O processo de erosão do lado direito da Rua Joaquim Macedo, bairro das Placas, continua avançando. A casa 1.855 desmoronou na noite da última terça-feira. Nenhuma pessoa estava no local no momento do acidente.
O imóvel, avaliado em R$ 120 mil, havia sido desocupado pelos 11 ocupantes há duas semanas, quando começaram a aparecer as primeiras rachaduras. Uma placa de advertência, afixada por ordem judicial, impede o acesso ao local dos escombros.
Na manhã de ontem, a proprietária Nazira Vieira da Silva acompanhava de perto os trabalhos de um pedreiro contratado para tentar salvar parte do material utilizado na construção da residência. “Morei aqui durante 23 anos, eu e toda a minha família participamos da construção dessa casa para agora vê-la sendo sugada pelo barranco”, desabafou.
A proprietária reclama ainda da forma como a desocupação das casas atingidas pela erosão vem sendo conduzida pelo município. Segundo ela, há dois anos vem tentando negociar a saída do local com a Prefeitura, mas a transferência para uma casa no conjunto Wilson Pinheiro é a única solução apresentada. “A casa que eles me ofereceram não comporta a minha família, além disso não tem água, nem rua asfaltada, não posso perder tudo”, alega.
Atualmente, morando de aluguel no conjunto Adalberto Sena, Nazira disse que vai pleitear na Justiça o direito ao pagamento de uma indenização pelos prejuízos materiais e morais gerados a partir do desmoronamento da sua residência.
Prefeitura oferece moradia alternativa
O coordenador municipal de Defesa Civil, Gilvan Vaasconcelos, informou por telefone que, além da residência que caiu, outras onze estão na área de risco de desmoronamento da Rua Joaquim Macedo.
Segundo ele, o mapeamento foi realizado em trabalho conjunto com a Secretaria Municipal do Trabalho e Bem-Estar Social.
“Todas as pessoas foram visitas e informadas do risco. A todas, foi oferecida uma moradia alternativa em outro local, mas infelizmente algumas pessoas se recusaram a sair do local, como foi o caso da dona da casa que caiu esta semana”, declarou.
Gilvan Vasconcelos informou ainda que, diante da recusa de algumas famílias, a Prefeitura teve a preocupação de levar o caso ao conhecimento do Ministério Público, que intermediou a conversa com os moradores.
“Participamos de várias audiências com a participação do Ministério Público e ficou certo que as famílias deveriam deixar a área de risco e ser deslocadas a outras residências”, informou, acrescentando que a Defesa Civil vai continuar monitorando a área para evitar possíveis acidentes.