Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – HIRAN GALLO *Responda, o leitor, depressa: dos 52 municípios rondonienses, quantos têm um orçamento anual superior a R$ 75 milhões? Conquanto no Tribunal de Contas do pedaço a fonte autorizada tenha informado à coluna que a resposta demandaria uma pesquisa de três dias, o professor Maurílio Galvão - que já foi prefeito de Ariquemes, acaba de ser nomeado diretor de Finanças e Contabilidade da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e não titubeou diante da questão – disse acreditar que não mais de uma dezena deles possam contar com receitas superiores à quantia mencionada. Para se ter uma idéia, o maior orçamento municipal do Estado no ano passado, o de Porto Velho, não chegou aos R$ 350 milhões. Pois bem. *Eleito diretor-tesoureiro do Conselho Federal de Medicina (CFM), é como se o médico José Hiran da Silva Gallo o tivesse sido para o cargo de prefeito de uma cidade mais abonada do que mais de 80% dos municípios do Estado, porquanto, a partir do dia 08 próximo, passa a comandar um orçamento de mais de R$ 75 milhões anuais, que é a estimativa do CFM para o ano em curso. Sem falar nas reservas da instituição, conforme os especialistas do setor consultados pela coluna, um caixa estimado em cerca de R$ 2 bilhões, o que implica na responsabilidade de gerenciar todas as aplicações por onde gira essa dinheirama. Convenhamos, não é pouca coisa e nem coisa para qualquer um. *Não obstante a magnitude da função, o ineditismo do fato (é o primeiro profissional de Rondônia a integrar a diretoria nacional da sua entidade de classe) e o novo diretor-tesoureiro do CFM ter sido confirmado no cargo desde o dia 08 do mês em curso, não fora a coluna da jornalista Jussara Gottlieb ter informado em primeira mão na edição do dia 18 passado do jornal “O Estadão do Norte” e nem a categoria médica estaria informada sobre o assunto. Pudera. Algo refratário aos expedientes autocongratulatórios e ainda mais aos procedimentos autopromocionais, o novo diretor do CFM parece ter circunscrito a comunicação da notícia aos colegas do círculo mais próximo. *2 – COLUNAS SOCIAIS *Seja como for, a imprensa local muito certamente ainda não se terá dado conta do material disponível para repercussão, porque ainda na semana passada, ao informar sobre a normatização, pelo CFM, da contracepção de emergência (pílula do dia seguinte), recorreu exaustivamente aos préstimos de Gallo para esclarecer o assunto, citando-o diversas vezes no decorrer das reportagens (uma pá de sites de notícias reproduziu um copioso material, depois repercutido por uns tantos jornais) sem que se tenha feito qualquer menção ao novo cargo. Por ser obstetra e por ter, como conselheiro federal, participado da reunião que aprovou a norma foi designado pelo CFM para falar à imprensa sobre a questão em nome do órgão. Enfim, até onde a vista alcança, além de a primeira, a nota da coluna de Jussara Gottlieb, até o momento em que estas estavam sendo batucadas, permanecia sendo a única. *Indicação de que possivelmente os editores locais não estejam antenados com uma das observações mais agudas do agora deputado federal Fernando Gabeira (PV), que nos idos de 1968, antes de cair na clandestinidade (e daí para o exílio) por participar do seqüestro do embaixador dos EUA Charles Elbrick, era um dos jornalistas mais fecundos da sua geração, na condição de pauteiro (chefe da Reportagem) do “Jornal do Brasil”, então na fase mais prestigiosa da publicação. Um dia lá, quiseram saber como Gabeira fazia para produzir o que estava sendo considerado como uma das mais atiladas pautas da imprensa do país, ao que o profissional não se fez de rogado. Disse que sua primeira tarefa do dia era simplesmente ler as colunas sociais, de onde extraia o grosso das informações de ponta para suas pautas, cabendo-lhe com isso desbastar o viés de banalidade das colunas sociais e, por conseguinte, atenuar o enorme preconceito com que os demais profissionais do setor encaravam esse tipo de atividade. De modo que estão aí a Jussara Gottlieb e seus pares para não deixar Gabeira mentir. *Seja como for, importa saber que a posse do novo diretor-tesoureiro do CFM está prevista para o dia 08 próximo, na sede da instituição, em Brasília. Esta é a 18ª diretoria do CFM, que foi criado em 1951 com sua competência circunscrita ao registro profissional e aplicação das sanções do Código de Ética Médica. *3 – NOVA DIRETORIA *Nos últimos 56 anos, porém, o Brasil e a categoria médica mudaram muito. Hoje, ao representar os cerca de 310 mil médicos do país, as atribuições e a extensão das ações do órgão estão mais amplas, extrapolando em muito a aplicação do Código de Ética e a normatização da prática profissional. *Atualmente, o CFM exerce um papel político bastante importante na sociedade, atuando na defesa da saúde da população e dos interesses médicos. De acordo com o site da instituição, ao defender as demandas corporativas dos médicos, o CFM empenha-se em preservar a boa prática médica, o exercício profissional ético e adequada formação técnica e humanista, convicto de que a melhor defesa da medicina consiste na garantia de serviços médicos seguros e de qualidade para a população. *José Hiran da Silva Gallo vai suceder, no cargo, o pediatra paraibano Genário Alves Barbosa, reconhecido também como uma das autoridades do país no diagnóstico e tratamento da depressão infantil. Junto com Hiran Gallo, numa diretoria presidida pelo amazonense Edson de Oliveira Andrade (agora em sua 3ª recondução), serão empossados ainda os médicos Roberto Luiz d'Ávila (SC, que deixa o posto de corregedor e ocupa o de 1º vice-presidente), Rafael Dias Marques Nogueira (CE, no cargo de 2º vice-presidente), Gerson Zafalon Martins (PR, que deixa o posto de 2º secretário e assume a 2ª vice-presidência), Lívia Barros Garção (GO, reconduzida à Secretaria Geral), Henrique Batista e Silva (SE, no cargo de 1º secretário), Clóvis Francisco Constantino (SP, que sai da 3ª vice-presidência para o cargo de 2º secretário) e Ricardo José Baptista (ES, no cargo de 2º tesoureiro). *Em que importem as novas responsabilidades, Hiran Gallo diz que não está entre seus planos imediatos abandonar o trabalho na Comissão de Jovens Médicos, instituída pelo CFM em junho do ano passado para tentar equacionar o preocupante déficit de residências médicas no Brasil – apenas 30% dos recém-formados conseguem ingressar no estágio. Da coluna, então, os votos de boa sorte na nova função!
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