presidente da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) do Rio de Janeiro, Wadih Damous, divulgou nota hoje criticando as ações ajuizadas por fiéis e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus contra jornalistas e veículos de imprensa que escreveram sobre o patrimônio da igreja ou do bispo Edir Macedo. Para Damous, as ações "dão a aparência de que se trata de algo orquestrado".
"Trechos comuns em várias dessas ações dão a aparência de que se trata de algo orquestrado, e não de uma iniciativa isolada de fiéis da igreja, que aparecem formalmente como autores das ações", diz o presidente da OAB-RJ, em nota.
Os fiéis entraram com ações na Justiça contra os jornais "Extra", "A Tarde", e contra a Folha. Nos processos movidos contra a Folha, eles se dizem ofendidos pelo teor de uma reportagem da jornalista Elvira Lobato, publicada em dezembro sobre o patrimônio da igreja.
Para a OAB-RJ, essas ações "ameaçam a liberdade de imprensa e pode caracterizar litigância de má-fé".
"A OAB-RJ defende a inteira liberdade religiosa e o respeito a toda e qualquer crença, mas conclama o Poder Judiciário a não se deixar instrumentalizar por segmentos que não aceitam críticas e querem agredir a liberdade de imprensa no país, tão duramente conquistada", diz Damous.
Leia abaixo a íntegra da nota da OAB-RJ:
"A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, condena veementemente o uso de dezena de fiéis da Igreja Universal, em todo o Brasil, para a abertura de processos contra jornalistas que assinaram reportagens sobre os negócios daquela igreja. A OAB/RJ considera que tal comportamento ameaça a liberdade de imprensa e pode caracterizar litigância de má-fé.
Contra uma mesma repórter da Folha de São Paulo foram abertos mais de 50 processos em cidades de todo o país, fazendo com que ela seja obrigada a se apresentar nas audiências sob pena de ser considerada revel. O mesmo foi feito com o editor do jornal "Extra".
Trechos comuns em várias dessas ações dão a aparência de que se trata de algo orquestrado, e não de uma iniciativa isolada de fiéis da igreja, que aparecem formalmente como autores das ações.
A OAB/RJ defende a inteira liberdade religiosa e o respeito a toda e qualquer crença, mas conclama o Poder Judiciário a não se deixar instrumentalizar por segmentos que não aceitam críticas e querem agredir a liberdade de imprensa no país, tão duramente conquistada.
Wadih Damous
Presidente da OAB/RJ"
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