A Polícia Civil de Rondônia entra para a era moderna utilizando como ferramentas de trabalho tecnologias que facilitam a elucidação de crimes. Através do Projeto de Implantação do Instituto de Pesquisa de DNA Criminal (IPDNA Criminal), que o governador Ivo Cassol deverá encaminhar à aprovação da Assembléia Legislativa, a Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), com o apoio da Prefeitura de Mirante da Serra e da Secretaria da Segurança do Estado do Amazonas, conseguiu identificar o corpo de uma jovem que há três anos havia desaparecido de Rondônia e há mais de um ano fora assassinada em Manaus.
De acordo com o médico legista Ovídio Tucundava Netto, coordenador do projeto, a ação da Polícia Civil rondoniense começou depois que uma amiga da família viu uma carteira do SUS (com foto) pertencente à vítima, Iraci Babilon, numa delegacia de Manaus. Sem condições para se deslocar ao Amazonas, a mãe de Iraci, Lucimar Babilon, procurou a secretária Municipal de Assistência Social de Mirante da Serra, Sônia Limo, que por sua vez contactou a equipe da Sesdec, que assumiu as negociações com as autoridades do Amazonas. A certificação de que o corpo é da rondoniense ocorreu a partir da análise de amostras de sangue dos pais e do filho da vítima coletadas por Ovídio Netto e enviadas à diretora do Laboratório de Genética Forense de Manaus, Daniela Koshikene, que contrapôs o resultado com o do cadáver.
Nesta quinta-feira (14), ao receber do prefeito de Mirante da Serra, Álvaro Barbosa, os Termos de Consentimento de Material Biológico (sangue), um procedimento necessário para a realização do DNA, assinados pelos parentes de Iraci Babilon, o coordenador geral da Sesdec, Cezar Pizzano, destacou a importância do projeto do IPDNA Criminal e reforçou que a proposta é atender especialmente aos casos criminais, incluindo-se estupros. ”Trata-se de mais um avanço da Sesdec que, graças ao incentivo do Governo do Estado, investe em tecnologias que imprimem ritmo dinâmico e mais eficaz aos trabalhos da Polícia Civil”, afirmou.
Para evitar possíveis danos ou fraudes do material a ser analisado, o diretor-geral da Polícia Civil, Morio Ikegawa, informou que a próxima etapa do projeto consiste na preparação dos policiais para que a coleta seja feita no local do crime.
Ainda segundo Ovídio Netto, médico-legista com especialização em genética criminal ou forense, o treinamento já está em andamento e é feito por equipes da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Como ainda não existe o laboratório no Estado, ele revelou que o material coletado é enviado para Brasília, mas nesse caso foi para o Amazonas pelo fato do corpo da vítima estar em Manaus, onde já é feito o exame de DNA.