ARTIGO - “Não me incommodity” - Por Edneide Arruda

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Foto: Divulgação

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Você, que gosta de música, é rato de discoteca e tem uma enormidade de CD´s, mesmo sabendo que esse recente equipamento das novas tecnologias já está superado, já ouviu o sisudo jornalista Luiz Nassif, especializado em economia, declamando sobre um texto musical? Não? Então você também não conhece os trabalhos do músico, compositor, cantor e agitador cultural Edson Natale; um artista que tem colaborações elogiadíssimas, em trabalhos de artistas consagrados da música brasileira como Jards Macalé, Itamar Assumpção, Dori Caymmi, Quinteto Violado, Renato Borghetti e Mônica Salmaso. “Calvo, Com Sobrepeso” é o nome do CD de Edson Natale, que ganhei de presente do amigo e cantor rondoniense Bado. Era uma tarde daquelas chuvosas em Porto Velho, coisa rara. Bado tinha me convidado para ir à casa do artista plástico Julio Carvalho, aniversariante do dia. Na festa, além da simpatia de Maria, o prazer de matar a saudade, de outros amigos como Binho, Augusto Silveira e Margot etc. De posso do presente, fiquei curiosa ante tão instigante título, mas me mantive calada, pois não conhecia nem tinha visto na mídia tal artista. Pesquisando, fiquei sabendo tratar-se do mais novo trabalho de um artista que já acumula outras cinco produções musicais: Nina Maika (1990), Sol de Inverno (1992), Aboio (1993), Quando eu soube que você viria (1995) e Lavoro (1999). Em “Calvo, Com Sobrepeso”, um caldeirão mexido depois de 12 anos de silêncio, logo me chamou a atenção a dedicatória do artista “ao Acre e ao sertão do cariri”. No “Portal das palavras juntadas”, fiquei feliz ao ver o trecho: “Dentro da mata tem a lei do mato/dentro da mata tem um rei/quem fere a mata e a lei do mato/ferirá o rei também”, música de Bado. O CD com 14 faixas de cosmopolitismo, diversificação e pluralidade, é uma crítica à forte hibridização cultural. Nele, estão juntas idéias e talentos de pessoas que buscam produzir o melhor de si para o mundo - Renato Braz, Paulo Freire, filho do psiquiatra Roberto Freire, Simone Soul, entre outras. Na música “Não me incommodity” (de Natale e Maurício Pereira), depois de viajar pelas mazelas do mundo e ironizar a brutalidade do homem, Edson introduz a voz de Nassif sobre o refrão: “Não se incommodity/ download, pastel/ não me incommodity/ garganta, pincel/ Não se incommodity/ muito bem, very well/ Não me incommodity/ vou passar o chapéu”. Edson e Nassif reúnem economia e poesia, com gosto de ironia. Um tempero perfeito para aturar estes tempos de alta produção de baixos apelos. Ao comentar sobre commodity, Nassif diz que “O Brasil é um grande produtor de commodity (...) e, “talvez o maior produto de valor agregado seja a música popular brasileira”. Sem dúvidas, algo muito bom de se conhecer e se curtir, em termos de composição, som e mensagem. Não se incommodity, pois trata-se de um ótimo trabalho. - Edneide Arruda é jornalista.
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