Empresas e funcionários a serviços das Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) estão a praticar abusos, violações da legislação e constrangimentos ilegais contra os consumidores residentes em Porto Velho e alguns municípios do interior de Rondônia. “Funcionários de uma empresa prestadora de serviços à Ceron chegam às residências e nos comércios e cortam o fornecimento de energia elétrica. A linguagem usada é sempre grosseira. Não prestam esclarecimentos, nem informações. Agem sob ordens de ineficientes funcionários do Departamento Comercial da Ceron.”, disse uma fonte à reportagem.
*No início da tarde de quinta-feira (11/01/06) a reportagem testemunhou os “diálogos” e o corte no fornecimento de energia elétrica numa oficina auto-elétrica.
*O proprietário pediu um prazo de trinta (30) minutos para apresentar todas as contas ou faturas pagas. Os funcionários não quiseram esperar. Cortaram o fornecimento da energia elétrica. Informaram que a religação custaria mais R$ 50,00 (Cinqüenta Reais). “Eu questiono: por que a Ceron e a Eletrobrás não cortam o fornecimento de energia de centenas de apaniguados políticos devedores da Ceron? Por que políticos que tiveram mandato continuam devendo milhões e a Ceron não faz execução judicial? Por que os cortes não atingem as residências, comércios, clínicas de ex-vereadores, ex-deputados, empresas de segurança e por que não apuram as denúncias sobre furtos de energia elétrica nos bairros socialista, JK III, Jardim Ipanema e em outros onde ladrões furtam energia, descaradamente?”, disse um morador da rua Miguel Chaquian, bairro Roque, após ter a energia cortada e pouco mais de uma hora foi religada, mediante apresentação das contas ou faturas pagas.
*A reportagem tentou contato com a presidência da Ceron e o Departamento Comercial. No telefone 0800 647 0120 uma telefonista não quis se identificar. Disse que o ex-deputado Miranda e outras pessoas da diretoria da Ceron foram substituídos por supostos funcionários da Eletrobrás (
estatal do governo federal suspeita de envolvimento em corrupção, segundo fontes do Ministério Público da União).
*“A empresa contratada para cortes e ligações deveria cumprir a lei. Ouvir os consumidores. Esperar apresentação das contas ou faturas pagas. Mas as reclamações e denúncias informam abusos, constrangimentos. Cortes indevidos. Situações que apenas aumentam a ira e o rancor dos consumidores contra a atual administração da Ceron. Esses abusos da Ceron ou de suas prestadoras de serviços se multiplicam nos mais remotos ou distantes municípios do interior, onde a população não tem como denunciar. Onde o Procon não existe. Onde a medíocre atuação do ministério público, do Poder Judiciário e das forças policiais estabelece questionamentos ou suspeitas de omissão, prevaricação ou conivência diante das violações da legislação constitucional e infra-constitucional”, disse uma irritada fonte.
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