A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai investigar o garimpo ilegal de ouro em atividade desde novembro em terras tituladas de um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no município de Novo Aripuanã (a 227 quilômetros ao sul de Manaus). As informações são da Agência Estado.
*A descoberta do garimpo, que vem sendo chamado de “novo eldorado da Amazônia”, inchou a população da cidade de Apuí (455 quilômetros ao sul da capital), que dá acesso à lavra na margem esquerda do rio Juma, em trajeto de 70 quilômetros. São cerca de 2.000 homens trabalhando no meio da selva (a população de Apuí é de 18.790 pessoas).
*O objetivo da Abin é colher informações para que o governo possa ordenar a exploração da lavra. Estão no local trabalhadores rurais, pastores evangélicos, beneficiados da Bolsa Família e até vereadores de Apuí. Também serão levantados impactos ambientais e sociais do garimpo.
*O gerente executivo interino do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas, Mário Lúcio Reis, disse que o órgão vai tentar regular a área após a Abin fazer o diagnóstico do novo garimpo. “Não vamos interditar o garimpo. Podemos monitorar e manter a atividade sem impacto ambiental”, disse.
*O secretário do Meio Ambiente do Amazonas, Virgílio Viana, disse que é possível ordenar a produção mineral no garimpo desde que os igarapés (pequenos rios) não sejam destruídos.
*Em Apuí, o ouro do garimpo é comprado por comerciantes a R$ 39 o grama. A descoberta era tratada com sigilo total na cidade desde novembro. Cerca de mil pessoas estavam explorando as grotas no assentamento do dono das terras, conhecido como “Zé Capeta”.
*Segundo o comerciante Joselito Gobbi, após o “estouro” da notícia, a cidade passou a receber pessoas de Jacareacanga (PA) e de Rondônia.
*Na última sexta-feira (5), o grupo que lidera a exploração no local fundou a Cooperativa dos Movimentos do Sul do Amazonas (Coperdsam). O diretor da cooperativa, Valdeci Marcelino, disse que o grupo irá pedir licença para minerar no local ao DNPM e ao governo do Amazonas.