Oportunismo político - Por Valdemir Caldas

Da Redação

03 de Janeiro de 2008 às 08:00

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Oportunismo político - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Notícia veiculada em site da capital dá conta de que, depois de mamar anos a fio nas flácidas tetas da administração municipal, o PMDB decidiu abandonar o barco comandado pelo prefeito Roberto Sobrinho, para apoiar o ex-prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça, na corrida pelo palácio Tancredo Neves, mandando às favas, assim, uma possível coligação do partido com o PT. Como o que conta para o diretório municipal não conta para o senador Waldir Raupp, a deputada federal Marinha Raupp, e, principalmente, a cúpula nacional, a decisão dos chamados “peemedebistas autênticos” não significa nada. O Alerta vale não somente para a turma do Pedraça, como também para os ditos comunistas, que apostam na eventual candidatura do carismático vereador David Erse. Uma simples ligação de Brasília, contudo, poderá sepultar os planos de uns e outros. E, na hora do vamos ver, Sobrinho acabará dividindo o palanque eleitoral com os comunistas e peemedebistas, históricos ou não. Coisas assim, no entanto, fazem parte de um ritual macabro em que se especializaram certos políticos, aqui e alhures, justamente quando vêem contrariados seus interesses pessoais ou grupais. Não se diga, todavia, que a regra aplica-se aos rebelados do PMDB. Tantos são os exemplos dessa conduta nefasta, que os interesses coletivos parecem nada representar, diante de arranjos normalmente celebrados para beneficiar uma minoria de políticos e seus apaniguados. Prova disso é que as causas sociais são sempre relegadas a um plano secundário. Assim tem sido. Não raro, interesses das mais diversas naturezas ajuntam-se, não com o propósito de buscar soluções para os problemas sociais, mas, sim, para a satisfação pessoal e o enriquecimento de castas privilegiadas. Longe de se preocuparem com as legítimas aspirações coletivas, os políticos vira-casacas estão cada vez mais ávidos por cargos públicos, para acomodarem parentes e cabos eleitorais, apáticos à miséria e ao sofrimento de milhares e milhares de irmãos, que vegetam na mais abjeta inanição. Por isso, é dever de todo cidadão conhecer, tanto quanto possível, quem são aqueles que se apresentam diante dele com um discurso moralizador, posando de salvador da pátria e defensor dos fracos e oprimidos. Aqui e acolá, no entanto, ouvem-se vozes de que essa história de racha entre partidos que mais parecem xifópagos, sobretudo na prática de condutas delituosas (leiam-se o escândalo dos quarenta ladrões e a absolvição do ex-presidente de Renan Calheiros), não passa de um blefe político para engambelar os incautos. E quem defende a ruptura, não o faz por convicção ideológica, mas, provavelmente, para salvaguardar privilégios pessoais.

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