Jornalista em Ouro Preto raspa a cabeça em protesto por ameaça

O diretor do Jornal Rondônia, jornalista Danny Bueno, tomou essa atitude para manifestar-se contra a tentativa de intimidação sofrida por um estagiário de jornalismo, em público, pelo prefeito afastado Irandir Oliveira.

“A justiça de Rondônia cometeu um grave erro ao conceder a liberdade ao prefeito afastado Irandir de Oliveira no último dia (13/12), pois mal se viu livre da penitenciária estava pronunciando ameaças e ofensas contra membros da imprensa local no município”. *Foi assim que o diretor do Jornal Rondônia, o jornalista Danny Bueno, se pronunciou quanto à tentativa de intimidação e coação que o estagiário e estudante da ULBRA, Rodrigo Motta, sofreu em público dentro de uma agência bancária no dia (15/12), momento em que fazia o serviço de entrega dos jornais que são distribuídos semanalmente na cidade. *Por infelicidade do acadêmico, o ex-prefeito liberto por medida provisória, em menos de 48 horas voltou a tumultuar a ordem, hostilizando, agredindo verbalmente e causando um grande embaraço em público ao jovem profissional e constrangendo-o perante dezenas de testemunhas. *Segundo as palavras do ex-prefeito, ele estaria “tomando providências” contra a diretoria e os funcionários do Jornal Rondônia, chegando a ponto de fazer com que o repórter se visse obrigado a se retirar do banco devido à situação vexatória da coação a que foi submetido pelo ex-prefeito. *“Fatos como esses são comum nos “modos operandis” do cidadão Irandir e de seus parentes e amigos, pois eu mesmo já fui alvo de ameaças da própria mãe do ex-prefeito dentro de um estabelecimento comercial, fato registrado através do B.O. 2319/2005 de 10/11/2005, e o que se dizer de uma ligação feita pelo próprio Irandir, ainda este ano, quando o repórter Alexandre Araújo já se encontrava na presença do Delegado Cristiano Lopes para prestar a ocorrência de uma ameaça sofrida no meio da rua, quando o mesmo pode ouvir em auto e bom tom as ameaças proferidas pelo então prefeito através do celular da vítima, testemunhando assim essa prática covarde que Irandir e seus “familiares”, fato esse que foi repudiado veementemente por todas as entidades do meio jornalístico, inclusive em nota oficial pela própria FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais”. *AMEAÇAS E AGRESSÕES CONTRA ESTAGIÁRIO *A conversa não ficou só por ai, na noite do último sábado (16/12), o mesmo estagiário estava sentado em uma lanchonete no centro da cidade e foi agredido por um indivíduo, ex-funcionário de uma auto - escola, que sem justificativa alguma partiu aos socos sobre o estagiário que novamente teve que se evadir do local, mas não sem antes prestar ocorrência na Delegacia de Polícia e realizar o exame de corpo de delito, ao que o Dr. Cristiano Lopes já está averiguando os fatos para solicitar os devidos esclarecimentos ao agressor que será intimado nas próximas horas, pois apesar dos fatos serem isolados, ninguém pode negar que existe uma grande coincidência entre as ameaças sofridas e os ataques cometidos. *Não bastando os últimos acontecimentos, na manhã de segunda feira (18/12), uma pessoa chamada José do Carmo, mas que se intitula pela alcunha de “Zezé” e, está intimamente ligada ao círculo de amizades do ex-prefeito afastado freqüentando diariamente a casa do mesmo, fez questão de parar o jovem profissional em praça pública e ameaçá-lo diretamente e sem rodeios, perguntando: “Qual é a sua idade?”, ao responder que seria de 20 anos, ouviu a seguinte declaração: “Pois é, acho que você não vai passar dos 20 anos não”. *“Diante dessa situação, tomando conhecimento dos acontecimentos, eu decidi acompanhar pessoalmente o estagiário até a Delegacia de Polícia para a prestação de um novo registro das ocorrências, onde ficou configurada a ameaça explícita, testemunhada a luz do dia por mais de um integrante do jornal e demais testemunhas, ao que o diretor qualificou de uma tentativa covarde e sórdida de aplicação da lei da mordaça, muitas vezes pratica nos antigos anos de ditadura, onde se calava primeiramente a imprensa e em seguida a justiça, pois eram essas as armas mais abusivas que mancham de vergonha a história do povo brasileiro, onde as forças do mal tentam subjugar a imprensa e os cidadãos de bem pelo domínio do medo, impetrando a famosa “lei do silêncio”, coisas assim deveriam ser tratadas como um verdadeiro câncer a ser extraído do meio da sociedade civil”. *“Em pleno século 21, é inconcebível que qualquer autoridade constituída que venha tomar conhecimento dessas ocorrências não se incomode em tomar as medidas necessárias para impedir esses abusos anticonstitucionais, que impossibilitam uma pessoa comum de exercer os seus direitos mais básicos e sagrados, ou seja, a liberdade de ir e vir e de se expressar, sem ser incomodado por maus elementos que se julgam acima do alcance da lei e da justiça”. *Em manifestação de protesto aos fatos apresentados nas últimas horas, Danny Bueno como legítimo representante da imprensa local, e militante dos direitos adquiridos pelo estado democrático de direito implantado pelo atual Constituição Brasileira, fez questão de realizar um manifesto branco ao raspar completamente a sua cabeça e, vem invocar os organismos de classe ao qual é membro, como a FENAJ, o SINJOR, a Polícia Federal e também a OAB, para que sejam coibidas de forma exemplar essas práticas na região de Ouro Preto que há muitos anos vem sofrendo essas ondas terrorismos, como o caso da morte do saudoso Mesquita, até hoje sem qualquer conclusão plausível que pudesse satisfazer a sociedade e os parentes da vítima assassinada, pois em casos como esses sempre acabam vitimando apenas a imprensa, que simplesmente tentar retratar a absurda desordem e abandono provocados por políticos processados pela Justiça e condenados pelo povo que o elegeram. *VEJA TAMBÉM: * Jornalista da Globo nega acusações do MPF * Seduc sugere envolvimento da comunidade contra violência nas escolas

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