Câmara Setorial de madeireiros repudia generalização exibida no programa “Fantástico”
*A Câmara Setorial da Madeira, colegiado que reúne os principais sindicatos da indústria madeireira na Federação das Indústrias – Fiero – repudiou a forma generalizada com que o Fantástico exibiu, no último domingo, denúncia feita pela ONG Greenpeace sobre o comércio ilegal de madeira na região de Ariquemes, cujo enfoque dado à reportagem passou a impressão de que o setor como um todo está envolvido em operações ilegais, como a utilização de guias de Autorização de Transporte de Produto Florestal – ATPF – fraudadas.
*Para o coordenador da Câmara Setorial da Madeira, José Marcondes Cerrutti, a reportagem falhou e foi parcial ao não mostrar também o número das empresas sérias que trabalham dentro da legalidade e as dificuldades que enfrentam no dia-a-dia para manter a atividade produtiva, em função das rigorosas restrições ambientais impostas pelo Ibama.
*Embora a indústria madeireira tenha sofrido este ano um de seus piores períodos de retração, principalmente em função da legislação cada vez mais rigorosa, em função de pressões de organismos internacionais, o que provocou a elevação do índice de desemprego no setor para a casa dos 40%, deixando cerca de 1.500 desempregados só na região de Ariquemes, os verdadeiros industriais madeireiros, àqueles que atuam dentro da legalidade, apóiam as ações do Ibama e reportagens investigativas como a exibida pelo Fantástico.
*As objeções, entretanto, são com relação ao enfoque generalizado que foi dado. “Pareceu que em Rondônia o setor madeireiro é uma grande fraude, quando na verdade a grande maioria dos empresários está atuando rigorosamente na legalidade. A reportagem, como foi mostrada, desgasta a imagem do bom empresário do setor madeireiro perante aos seus clientes, portanto, a reportagem tem que esclarecer que o setor madeireiro de Rondônia também tem empresários sérios e que estão tentando sobreviver a toda esta pressão ambiental, com organização, moralidade e responsabilidade social junto a sociedade brasileira”, endossou o presidente da Fiero, Euzébio Guareschi, em solidariedade ao setor.
*Para o setor madeireiro, que está preocupado com tudo que tem acontecido no estado envolvendo-o, seria bom que a reportagem se aprofundasse na investigação sobre as pessoas mostradas no esquema de fraude da ATPF. “Deveriam mostrar em qual, ou para qual, indústria trabalham os citados na reportagem, e direcionar a punição a estas pessoas indústrias envolvidas no escândalo, e não deixar no ar o sentido de que todos os empresários estão envolvidos na máfia da ‘lavagem’ da madeira”, diz Cerruti.
*Hoje há um consenso entre os empresários do setor, de que a fiscalização séria é benéfica ao setor, no sentido de tirar os maus empresários do mercado. Só assim, avaliam, poderá se evitar estigmas arraigados contra atividade madeireira, como os contidos na reportagem do Fantástico.