A 5ª assembléia anual do povo indígena Miqueleno, realizada nos dias 29, 30 de Novembro e 01 de Dezembro em Porto Murtinho, no município de São Francisco de Guaporé (Rondônia, Brasil), somente pode iniciar sob proteção policial requerida pelo Ministério Público, depois que um numeroso grupo de fazendeiros e colonos, impediram o início da reunião.
O motivo do protesto era o trabalho da comissão interinstitucional, criada pelo Ministério Público Federal, com objetivo de delimitar o território tradicional deste povo indígena.
* Os Miquelenos têm aproximadamente 170 sobreviventes, disseminados em diversas localidades do estado de Rondônia. Eles realizaram seu encontro anual depois de terem conseguido reconhecimento oficial de sua identidade indígena, e pedem a devolução de seu território tradicional, e atendimento próprio para educação e saúde.
*Eles pretendem voltar à localidade do Limoeiro, de onde foram expulsos pelo IBAMA em 1986 para criar a Reserva Biológica do Guaporé, enquanto o restante de seu território foi loteado para colonos, vendido ou grilado por fazendeiros.
*A perspectiva do reconhecimento oficial do território tradicional Miqueleno, provocou a revolta entre os atuais ocupantes que temem perder as terras em litígio.
Enquanto se realizam reuniões para resolver o conflito, muitos indígenas se sentem amedrontados pelos vizinhos. Em situação parecida se encontram também os indígenas Puroborás, de Seringueiras, que até pouco eram ignorados pela FUNAI, e chegaram a ser expulsos da Àrea Indígena Uru-Eu-Au-Au. Enquanto o seu teritòrio tradicional, na bacia do Rio Mané Corréia, tinha sido demarcado pelo próprio Marechal Rondon, e reconhecido pelo extinto SPI.