Com o objetivo de reduzir a média nacional de maior número de incidência de gravidez na adolescência da região Norte, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio do Projeto Saúde Escolar/Seduc, vem trabalhando na orientação e implementação de ações relacionadas à saúde sexual e prevenção reprodutiva de adolescentes e jovens da rede púbica de ensino.
Sob a coordenação da psicóloga Naida Maria Fernandes da Motta, os trabalhos iniciaram com palestras direcionadas aos representantes de ensino rondonienses, professores e comunidade em geral, atendendo um total de treze escolas da rede estadual de ensino em Porto Velho.
Para a educadora, apesar do grande número de informações disponíveis, nunca houve tanta gravidez na adolescência. Ela explicou que, diante dos dados alarmantes, o Projeto Saúde Escolar iniciou os debates e discussões junto aos estudantes, abordando temas considerados polêmicos, como a prevenção da gravidez na adolescência.
Nas palestras, segundo a especialista, discute-se com os grupos de alunos os métodos de se prevenir uma gravidez, utilizando-se contraceptivos. “Explicamos passo a passo o uso da camisinha, o que fazer ao descobrir que quando se está grávida, e qual o papel da família, o que as políticas públicas têm feito em relação a este assunto. Também aproveitamos para esclarecer dúvidas e conversamos sobre suas experiências”, explica a psicóloga, lembrando que uma gravidez na adolescência acarreta conseqüências físicas, psicológicas e sociais.
Números do aborto - De acordo com uma pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade de Campinas), de cada 1 milhão de mulheres grávidas, 200 mil abortam. “O dado se reflete como sendo 80% de adolescentes da classe média que fazem aborto, 80% da classe menos favorecida tem bebês. O acesso da classe média em fazer um aborto se deve pela condição financeira e ao acesso de informação. Já a classe menos favorecida, encontra muitas dificuldades como a falta de informação, falta de instrução, falta de acesso a métodos contraceptivos”, explica a educadora.
A psicóloga ressalta, ainda, que os jovens estão na idade dos sonhos, das curiosidades, e conseqüentemente dos novos conhecimentos. “Temos que dialogar com eles, abrir espaço para que o assunto não seja mais um tabu, pois o aumento dos casos de gravidez precoce é alarmante”, alertou.
Ela lembrou, no entanto, que outro fator importante é a relação da família com o jovem. “O diálogo dos pais com os filhos é determinante para que haja a diminuição da gravidez na adolescência, que tem sido considerada uma situação de risco e elemento na reprodução do ciclo de pobreza, impedimento na continuidade de estudos e acesso ao mercado de trabalho” , informou.
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