Expedito diz que não pretende conversar com líder do PMDB sobre dívida do Banco de RO.
Parlamentar está na lista de indecisos para votar a prorrogação do tributo.
Considerado indeciso na votação da CPMF em plenário, o senador Expedito Junior (PR-RO) negou nesta sexta-feira (30) que esteja disposto a participar de qualquer tratativa com o objetivo de votar favoravelmente à prorrogação da cobrança da CPMF até 2011 em troca da renegociação de dívida contraída pelo Banco de Rondônia junto ao Tesouro, orçada em quase R$ 900 milhões.
“Se não vou conversar nem com o presidente Lula sobre CPMF, imagine com o Raupp [Valdir Raupp (PMDB-RO)]. O líder deveria era acertar os votos do PMDB, que vão votar contra a CPMF e não os votos do PR”, diz o senador, em nota.
Expedito Junior vem sendo cortejado pelo Palácio do Planalto para votar pela aprovação do tributo, após ter manifestado publicamente que não apoiaria a proposta do governo. Em reunião da bancada do PR, no início da semana, Expedito também demonstrou insatisfação com o Planalto e o desejo de rejeitar a CPMF.
Nesta quinta-feira (29), o G1 apurou que o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp, estaria disposto a conversar sobre a renegociação da dívida com o colega do mesmo Estado. Expedito, durante o exercício do mandato, é um dos principais defensores de um novo cálculo para a dívida do banco.
A estratégia faria parte das articulações realizadas pelo governo junto a diferentes parlamentares da base aliada cujo voto é considerado incerto.
Objetivo
O objetivo é garantir, pelo menos, oito votos na base aliada de senadores que vem declarando-se contra a CPMF para votar a matéria em plenário na próxima quinta-feira (6). “Se não consegue votos até quinta-feira da semana que vem, não consegue mais” avalia o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO).
A líder do bloco do governo, Ideli Salvatti (PT-SC), viajou nesta quinta-feira para Santa Catarina no mesmo vôo que o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Não garantiu nenhuma possibilidade de acordo, mas diz que os tucanos têm consciência da responsabilidade sobre a importância do equilíbrio das contas públicas. “Todos são responsáveis. Eles sabem da grave situação financeira de alguns Estados governados por eles, como Rio Grande do Sul e Alagoas”, disse Salvatti.
Nos cálculos dos governistas, na base aliada, ainda não há o número mínimo de votos para aprovar a CPMF. São contabilizados como certos 45 de 49 votos necessários à aprovação da matéria. "Agora, o que vale é o convencimento do presidente Lula", afirmou Raupp.