A Assembléia Legislativa de Rondônia vem deixar transparecer à população rondoniense que é mesmo um poder inútil.
Quando a sociedade espera que aquela Casa se comporte como o órgão legislativo do estado, que aja como caixa de ressonância dos clamores populares, elaborando e aprovando proposições e medidas que regulem as relações sociais na esfera de sua competência, eis que muitos comprovam exatamente o contrário.
Tome-se, como exemplo, a conduta nefanda de deputados gazeteiros, que resolveram entrar de férias, antes do recesso parlamentar, deixando a pauta recheada de matérias importantes para serem apreciadas, sabe-se lá Deus quando.
São extremamente preocupantes os rumos tomados pela ALE, na medida em que o deboche e o desrespeito podem artificializar uma crise capaz de mergulhá-la num abismo sem volta.
Por isso, insisto na idéia de que o presidente Neodi de Oliveira precisa tomar o timão da embarcação, antes que ela acabe soçobrando.
Não se trata de satisfazer privilégios desse ou daquele parlamentar, mas de fazê-la funcionar de modo a atender os interesses da população, mantendo-se, assim, a normalidade democrática.
Os deputados têm a obrigação moral de implantar ações concretas, com vistas a impedir que aumente a descrença e a desesperança do povo no parlamento.
Não é menos certo, por outro lado, que o presidente daquele Poder há de cuidar para impedir o envolvimento de seus membros em episódios grotescos, de nenhuma grandeza.
Ele próprio, o presidente da ALE, não pode fazer ouvido de mercador a postura de enforcadores de sessões. Pelo contrário, quando isso acontecer, cabe-lhe recorrer ao Regimento Interno, como supedâneo para punir os gazeteiros, até para se impor aos seus comandados e, conseqüentemente, angariar o respeito da sociedade.
A crise na qual está envolta a ALE pode e precisa ser superada, desde que haja consciência, respeito à sociedade, maturidade política, responsabilidade, espírito público e bom senso entre os parlamentares.
A atual paisagem política está transformada num deserto de espírito público e desleixo para com os interesses sociais.
Quando se assiste cenas deprimentes como as que têm sido protagonizadas por deputados, sobretudo nos últimos meses, dificilmente se encontrarão motivos para a existência da própria Casa de Leis.