*A cultura do dendê no programa nacional de produção e uso do biodisel vai ser debatida em Porto Velho/RO de 17 a 19 deste mês. O Seminário será realizado no auditório da Embrapa Rondônia, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento das 8h às 12h e das 14 às 17 horas. *O evento tem por objetivo capacitar técnicos e lideranças multiplicadores para atuarem no Programa Brasileiro do Biodisel no Nordeste semi-árido e na Amazônia que está sendo executado pela Embrapa e o Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria de Políticas e Desenvolvimento Regional. Estes multiplicadores irão organizar o processo produtivo do dendê nas regiões de cultivo e produção sustentável da cultura e outras oleaginosas.
*Durante o seminário, irão ministrar as palestras pesquisadores da Embrapa Rondônia, da Embrapa Amazônia Ocidental, do Instituto Militar de Engenharia e, para falar sobre as perspectivas para a produção de biodisel em Rondônia, está confirmada a participação do Secretario da Estado da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social, Luiz Cláudio Pereira Alves.
*Segundo o coordenador do Projeto e Gerente do escritório de negócios da Amazônia da Embrapa, Rosildo da Costa, a empresa tem uma das metas transferir a tecnologia desenvolvida com o dendê para o norte, pois caracteriza como a região de maior aptidão para o cultivo desta cultura. Atualmente, o Brasil produz cerca de 120 mil toneladas de óleo de dendê sendo que a necessidade chega a três vezes mais desta quantidade que é utilizado nos gêneros alimentícios, o que leva o país a importar da Ásia a quantidade demanda pelas indústrias. Com a implantação do Programa de Biodisel a demanda aumentará consideravelmente, enfatiza Rosildo, que a cultura do dendê é um grande mercado para as cooperativas, associações e produtores rurais. O mesmo seminário foi realizado em Manaus e paralelo ao de Rondônia no estado do Acre, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Amapá e em Roraima.
*PRODUÇÃO
*Com um potencial de produção de 5.000 mil litros por hectare/ano, o maior do mundo, a cultura do dendê apresenta a cada milhão de hectares da Amazônia reflorestados com a cultura poderia fornecer 4,5 bilhões de litros. Nas áreas desmatadas existem mais de 10 milhões de hectares com potencial para a implantação de dendê. De acordo com Rosildo, a cada 720 mil hectares da cultura permite assentar 140 mil famílias, importante para a geração de emprego e renda. Além do aspecto econômico e ambiental, a agricultura de energia pode também se tornar uma grande alternativa para a agricultura familiar. O dendezeiro é a oleaginosa tropical de maior rendimento existente, chegando a produzir 10 vezes mais óleo do que a soja, 4 vezes mais do que o amendoim e 2 vezes mais do que o coco-da-baía. De seus frutos obtêm-se duas qualidades diferentes de óleos, com usos também diversos.
*O azeite-de-dendê é extraído da polpa do fruto do dendezeiro. De sabor doce, cheiro forte e densa consistência, além de sua larga aplicação culinária, esse óleo tem usos na indústria química e, quando refinado, desodorizado e branqueado, é também matéria-prima para a industrialização de maioneses e margarinas.
*O nobre óleo de palmiste, por sua vez, é produto extraído da amêndoa do fruto do dendezeiro, tendo aplicações na indústria cosmética e na produção de chocolate, onde pode substituir a manteiga de cacau, alcançando altos preços no mercado internacional.
No Brasil, atualmente, as maiores plantações de dendê estão concentradas no Pará, no Amazonas, no Amapá e na Bahia.