*Com o propósito de se debater e buscar alternativas para conter a poluição no rio Machado, no município de Ji-Paraná, evitando a degradação do meio ambiente, o Promotor de Justiça Alan Castiel, na manhã desta sexta-feira (30), reuniu-se com autoridades locais e promoveu audiência pública, oportunidade em que tratou objetivamente da questão.
*Ele esclareceu que o Ministério Público recebeu relatório do IBAMA que aponta uma série de riscos que atividades desenvolvidas às margens do rio vêm causando ao meio ambiente e que, em razão disso, houve a instauração de Inquérito Civil Público para apurar a agressão à natureza. ?Meu objetivo não é apontar responsáveis ou execrar publicamente pessoas físicas e jurídicas que, eventualmente, estejam poluindo o rio Machado. Bem sei que os inúmeros empreendimentos existentes em suas proximidades não são fatos novos. Pelo contrário, estão ali localizados há muitos anos. Esta audiência tem a intenção de dar ciência dos resultados à sociedade, servindo de alerta e, principalmente, de ponto de partida para que as autoridades competentes desenvolvam ações destinadas a preservar o rio, sob pena de inviabilizá-lo futuramente?, destacou Alan Castiel.
*Estiveram presentes à audiência o Secretário Municipal de Agricultura, Assis Canuto Júnior; os advogados Rui Carlos Freire e Marcos Liba, representantes da OAB/RO; delegado Júlio César Rios e Luzia de Oliveira Negrão, representando a Delegacia Regional de Polícia; Luiz Sérgio F. Martins e Erli Ferreira de Abreu, do IBAMA; Carlos Pilenghy, da Caerd; Estela Máris Anselmo, presidente da ONG ? Arte, Ecologia e Cidadania; a vereadora Solange Pereira e vários pessoas representantes dos mais diversos segmentos da sociedade jiparanaense que tomaram conhecimento, por intermédio do Promotor de Justiça Alan Castiel, que o MP requisitou dois laudos técnicos que os mesmos apresentaram resultados, se não desesperadores, indicam um crescente nível de poluição no rio Machado, já que na sua Área de Preservação Permanente (200 metros) houve a constatação de consideráveis números de edificações públicas e privadas, assim como dentro do Parque Ecológico Municipal. ?Os resíduos destes empreendimentos, localizados na APP do rio Machado, são, geralmente, destinados a fossas sépticas. Em alguns casos, os dejetos são lançados diretamente no rio, sem nenhuma espécie de tratamento?, assegurou.
*Observando as sugestões oferecidas pelos peritos nos laudos oferecidos, o Promotor de Justiça solicitou que o Município adote medidas para impedir o ?uso nocivo de instalações dentro do da Unidade de Preservação?. Ressaltou que há necessidade que os órgãos de preservação do meio ambiente desenvolvam maior atividade de fiscalização, impedindo o surgimento de edificações nestas áreas e, principalmente, o lançamento de dejetos sem tratamento nos cursos d?água. E assegurou que chegou a hora de Ji-Paraná ter uma rede de esgoto e, também, uma estação de tratamento, pois entende que se não houver providências, em alguns anos, a população estará completamente impossibilitada de usufruir do rio Machado.