ARTIGO - Cultura alternativa – Por Hamilton Lima

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Foto: Divulgação

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* A iniciativa de alguns guerreiros da arte como Simone Norberto, Mirella, Jean Carla, Malu Calixto e Joeser Alvarez, além de outros entusiastas pela arte cinematográfica, completa um ano. * No contexto das comemorações do projeto CineOca, uma série de filmes seguidos de debates movimenta as noites de Porto Velho no Sesc Esplanada, um dos parceiros do projeto, suporte fundamental para a conquista do espaço de debates. * Na noite de quarta-feira, 20 de setembro, a exibição dos filmes Marcas da Amazônia(Jurandir Costa), Taba Querida(Luiz Brito) e Produto de Índio(Aléxis Bastos), permitiu três análises diferentes do mesmo universo(cenário amazônico), com suas realidades múltiplas. * O filme considerado mais charmoso pelos espectadores presentes ao evento, contando com a participação entre outros de professores e universitários da Faro, Unir e Uniron, foi Taba Querida, uma produção que aborda o universo da boemia de Porto Velho, um universo que hoje sobrevive em parte nos saraus do clube Ferroviário. * A aura da nostalgia que cerca o filme de Luiz Brito foi o pontapé inicial para o início dos debates após a exibição das películas, hoje todas contidas em DVD´s, o contexto da modernidade que mais desperta polêmica. A prostituta Sueli, vivida por Ângela Figueiredo, deu a tônica do bom humor ao debate. * A velha Porto Velho sobrevive mas cambaleia. Esse parece ser o consenso quando de observa o universo capturado pela lente de Luiz Brito e se conversa sobre o destino dos patrimônios históricos da cidade. Quiçá a iniciativa de Brito possa servir para um resgate da aura tradicional. * Marcas da Amazônia tem um contexto diferente, onde a arte de Zoghbi, Rita Furtado, Joeser Alvarez e Geraldo Cruz compõe cenários dentro de cenários, excelente pela riqueza semiótica. Jurandir em seu depoimento afirmou que um filme surgiu dentro de outro, uma experiência típica dos comunicadores arrojados, sem medo de experimentar para conquistar públicos mais exigentes. * Produto de Índio, lançado na quarta-feira, envolve uma discussão maior e extremamente atual, a da sobrevivência dos povos tradicionais, no caso comunidades indígenas da Amazônia, cercadas pelo capitalismo e usurpadas em seus direitos. Reflexivo, mostra a necessidade de inserção no mercado por parte dos povos tradicionais, por uma simples questão de sobrevivência. Sem mostrar qualquer traço de violência, o filme sugere sutilmente um olhar crítico da necessidade de aproximação dos indígenas nos valores ocidentais, um tipo de violência conceitual, ideológica, onde a necessidade obriga a agregar valores estranhos aos povos da floresta. * Mas além dos debates naturais propostos pelos filmes alguns mais surgiram, um dos mais envolventes foi sobre a questão da falta de recursos que cercam os produtores culturais. O grande motivo da celeuma é como fazer arte ou encarar produções como produtos de consumo. Os três produtores são unânimes em afirmar que há poucos empresários conscientes de seu papel na construção da cultura. Integrantes do grupo de expectadores questionaram o posicionamento dos produtores, considerado um pouco pessimista. * O fato é que a proposta do CineOca é esta mesmo, fomentar discussões, abrir olhos e ouvidos, inserir na comunidade de Porto Velho a recuperação do sentido crítico, resgatar valores que a modernidade enganosa oferece. Por isso o projeto está de parabéns. Quem quiser conferir tem mais nesta quinta-feira, com exibição de filmes de Lídio Sohn e Pilar de Zayas e Beto Bertagna. Em seguida debate com o professor de História Solano Lopes. * Na sexta-feira Pistolino (Jair Rangel) é o diretor apresentado, com o filme Na maior Pindaíba. Pistolino, admirador confesso de Mazzaropi e Charles Chaplin, é um dos maiores exemplos do heroísmo da arte em Rondônia. Vale a pena conferir. A arte do CineOca tem acesso gratuito no Sesc Esplanada todos os domingos, 17 horas. * Hamilton Lima é professor universitário.
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